PUBLICIDADE

Em seu centenário, polêmico diretor Pasolini ganha mostra no Rio

Diretor de filmes como ‘Teorema’, poeta e crítico da burguesia, ele é tema, até agosto, de fotos e textos no CCBB

Por Natália Coelho
Atualização:

Pier Paolo Pasolini era uma figura singular. Influente em muitas artes, como cinema, poesia e teatro, foi ainda um grande pensador. Polêmico, político e nome de peso da cultura em meados do século 20, ele é o protagonista da exposição Por uma Longa Estrada de Areia, que fica no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio até 2 de agosto.

O cineasta italiano Pier Paolo Pasolini no set de filmagem de 'O Evangelho Segundo S?o Mateus' Foto: Lux Compagnie Cinématographique France

PUBLICIDADE

Com 70 fotografias em preto e branco de autoria do fotógrafo Paolo Di Paolo, além de filmes, textos, reportagens e documentários de Pasolini, a exposição tem como curadora Silvia Di Paolo, filha de Di Paolo, e é exibida no ano em que Pasolini completaria 100 anos. Antes de chegar ao Brasil, a mostra passou por Dinamarca e Portugal. Segundo Lívia Raponi, diretora do Instituto Italiano de Cultura do Rio de Janeiro – que trouxe a exposição ao Brasil – a arte de Pasolini chegou ao Brasil principalmente pelo cinema. O diretor é conhecido por filmes como Teorema (1968) e Medeia, a Feiticeira do Amor (1971). 

Tradicional

Figura controversa, Pasolini também chamou a atenção da Itália por ser grande crítico do Milagre Econômico Italiano, entre o fim da Segunda Guerra e o início dos anos 1960, quando o país viveu um forte crescimento econômico e cultural. 

“Pasolini era forte crítico de princípios fundantes do capitalismo, da sociedade burguesa… O que para os outros era progresso, para ele era uma decadência dos valores tradicionais. Estava muito ligado a uma Itália das cidades menores em que se falava em dialetos, mais local do que global”, acrescenta Raponi ao Estadão. “As fotos foram realizadas ao longo de uma viagem pela costa da Itália, cidades de praia... Junto com as fotos, há os textos do Pasolini, que se referem às mesmas localidades das fotografias. É uma exposição de dois autores.”

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.