Em DVD, dose dupla de Daniel Day-Lewis

Columbia lança em formato digital Em Nome do Pai e O Lutador, ambos trazendo o ator sob a direção do cineasta irlandês Jim Sheridan

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Por Agencia Estado
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Dose dupla de Daniel Day-Lewis. E de Jim Sheridan. O primeiro estrela e o segundo dirige dois filmes que estão sendo lançados em DVD pela Columbia: Em Nome do Pai e O Lutador. Embora a parceria mais famosa de ambos seja no filme Meu Pé Esquerdo - que valeu a Day-Lewis o Oscar de melhor ator -, os outros dois possuem qualidades. Mais que isso: põem na tela, com força, o discurso político do cineasta que nasceu em Dublin, foi motorista de táxi em Nova York e animou o Irish Art Center, antes de regressar à Irlanda para iniciar a carreira de diretor talentoso, sensível e engajado - na delicada questão irlandesa. Ela está no centro dos dois filmes que agora saem em discos digitais, com a alta qualidade de imagem e som que só o DVD oferece no setor de home entertainment. No que se refere às apresentações especiais, Em Nome do Pai oferece menos extras. Só notas sobre o elenco e o diretor, além dos mais tradicionais menus interativos e seleção de cenas. Há mais oferta em O Lutador: comentários do diretor e do produtor (Arthur Lappin), making of, trailer de cinema e até um final alternatrivo. Em Nome do Pai é um filme forte, que resgata a grande tradição do cinema político. Baseia-se na história de Gerry Conlon, um ladrãozinho irlandês que vai parar em Londres, após uma disputa com integrantes do Exército Republicano Irlandês, o IRA. Conlon e um amigo praticam um assalto. Nesta mesma noite, o IRA ataca um pub londrino e mata cinco pessoas. Conlon vai preso, suspeito de terrorismo. Embora a Inglaterra não seja nenhuma república das bananas, uma confissão é extraída dele sob tortura. Ele vai preso e termina envolvendo a família inteira. Uma tia é incriminada, seu pai é preso. Day-Lewis é Conlon e Emma Thompson faz a advogada que se interessa pelo caso. Pete Postlewaithe é o pai. É um belo filme. Trabalha na densidade psicológica dos personagens e dá um tom indignado à denúncia. O todo possui uma transcendência trágica que faz desse filme o melhor do diretor. O Lutador, de novo com Day-Lewis, se baseia em outra história real, a do pugilista Danny Flynn, que ficou preso durante 14 anos por seu envolvimento com o IRA. Ao sair da cadeia, ele só pensa em montar uma academia - e se manter distante da violência revolucionária. O filme discute a natureza da violência. Expõe a tensão entre católicos e protestantes na Irlanda. Em Nome do Pai é melhor e mais denso, mas O Lutador não decepciona. Em Nome do Pai (In the Name of the Father). EUA/Irlanda, 1994. O Lutador (The Boxer). EUA/Irlanda, 1997. Distribuição Columbia. Nas lojas, R$ 39,90 (cada).

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