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Em Cannes, Babenco explica "Carandiru"

Por Agencia Estado
Atualização:

"Estou orgulhoso de ter feito um filme que voltou a levar o público brasileiro aos cinemas para ver o cinema de seu país", disse hoje o diretor Hector Babenco em entrevista coletiva em Cannes. Ontem, seu Carandiru foi recebido sem muito entusiasmo pela imprensa. As palmas foram tímidas, e houve um princípio de vaia. Hoje, com presença do elenco, o filme testou a platéia do festival em sessão de gala. É a terceira vez que Babenco participa do prestigioso festival francês. Já havia disputado a Palma de Ouro com O Beijo da Mulher Aranha, em 1985, que deu a William Hurt o prêmio de melhor ator, e Coração Iluminado, de 1998. "Devo confessar que se não fosse pelo dr. Drauzio Varella, que me curou de um câncer, talvez não tivesse feito este filme", afirmou o diretor, referindo-se ao autor do relato Estação Carandiru, em que se baseia o filme. Babenco contou aos jornalista que tentou o tempo todo respeitar o livro de Varella, sem comprometer nem alterar sua visão dos fatos ocorridos no complexo penitenciário paulistano. "Porque, como diz o livro, há três pontos de vista que podem ser adotados para contar esta história: o de Deus, o da polícia e o dos presos", disse, para acrescentar que Varella assumiu a visão dos presos. "E eu também." O diretor falou também do cinema que pretende fazer daqui em diante: "de entretenimento para o grande público, mas com valores éticos e morais de respeito e solidariedade".

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