A saga cinematográfica de Elizabeth I, narrada no filme Elizabeth: The Golden Age, estreou nesta sexta-feira, 19, na sessão Première do Festival de Cinema de Roma, enquanto a sessão em concurso apresentou um filme iraniano e um italiano. Elizabeth: The Golden Age possui as mesmas virtudes e defeitos do filme anterior do indiano Shekhar Kapur, uma sucessão de belas imagens, bons diálogos e atuação um pouco forçada. Cate Blanchett, convidada de honra do festival nesta sexta, está magnífica no papel da rainha Elizabeth, que lhe impõe posturas de manequim e permite apenas uma cena de ira descontrolada para que a atriz demonstre sua garra. Clive Owen, como sir Walter Raleigh, é um conquistador de novas terras e corações femininos, enquanto Geoffrey Rush vê seu papel de conselheiro da rainha diminuir para se transformar em um simples perseguidor de católicos. O filme retrata o período mais conturbado da vida da "rainha virgem": ela deve escolher um marido para dar à Inglaterra protestante um herdeiro ao trono, disputado com sua prima Mary Stuart, já mãe, mas prisioneira em um castelo, esperando o resgate da Invencível Armada de Felipe II, da Espanha. O diretor Kapur, porém, insiste em se preocupar apenas com a posição da câmara e da iluminação da bailarina, sem se interessar em dar maior humanidade aos personagens, que declamam como nos antigos livros de história. Já o filme iraniano Hafez do cineasta Abolfazi Jalili denuncia os efeitos devastadores da intolerância e do fanatismo religioso, contando a história de um jovem profundamente religioso que por olhar para uma jovem sem permissão é açoitado em público, sua casa é devastada e sua mãe morta. A Itália, por sua vez, apresentou seu primeiro candidato ao prêmio do Festival de Roma, La Giusta Distanza, de Carlo Mazzacurati, retrato de uma província repleta de bons sentimentos e de tolerância que oculta uma veia de preconceitos e de violência.