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Efeitos de 'Avatar' salvam 'Planeta dos Macacos'

Ao contrário do filme original, inspirada no livro do francês Pierre Boulle, o que mais chama a atenção são os efeitos especiais

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Por Redação
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A chocante cena final de Planeta dos macacos, de 1968, com a imagem destruída da Estátua da Liberdade numa praia, comprova para o incrédulo protagonista, o astronauta George Taylor (Charlton Heston), que ele está na Terra dominada pelos primatas e não em um planeta misterioso, no qual a Teoria da Evolução teve outro desdobramento. Em Planeta dos Macacos: A Origem, o grande blockbuster da semana, que manteve por duas semanas consecutivas a liderança na bilheteria americana (agora, está em segundo lugar), o diretor Ruppert Wyatt revela como tudo aconteceu, fruto de efeitos colaterais de experiências genéticas fracassadas para encontrar a cura de doenças neurológicas degenerativas, como o mal de Alzheimer. Mas, ao contrário do filme original, uma ficção científica inesquecível, inspirada no livro do francês Pierre Boulle, aqui o que mais chama a atenção são os efeitos especiais que utilizam a técnica de motion capture desenvolvida em Avatar e permitem ao ator Andy Serkis, que veste a pele do chimpanzé César, um desempenho espetacular. O roteiro atual é apenas pretexto para a continuidade da saga, com os macacos já rebelados e os homens enfrentando uma epidemia mortal.Will Rodman (James Franco) trabalha em um laboratório que utiliza chimpanzés em pesquisas para a cura de doenças neurológicas. O cientista tem um interesse especial na pesquisa, pois seu pai (John Lithgow) sofre de Alzheimer. Os resultados parecem, à primeira vista, muito promissores. Uma fêmea, submetida a um novo medicamento, demonstra um rápido desenvolvimento intelectual. Mas, repentinamente, ela fica agressiva, foge da jaula, espalha o pânico no laboratório e acaba morta por um segurança. O motivo da agressividade, descoberto pouco depois, é que ela teve um filhote e procurava protegê-lo. Todos os animais remanescentes são mortos e Will leva o filhote para sua casa. Batizado de César, ele faz companhia para seu pai e demonstra uma rara inteligência. O cientista passa a acreditar que as drogas testadas na mãe do animal são responsáveis pelo progresso. Will adapta a casa para uso do chimpanzé, mas será difícil mantê-lo afastado do mundo exterior. Numa de suas fugas, ataca um vizinho e é removido para um centro de primatas. Aí começarão os problemas de César e, consequentemente, de toda a humanidade. Como nos filmes sobre prisões, César sofrerá maus tratos, precisará aprender a conviver com os outros de sua espécie e aprenderá a não confiar nos seres humanos. É o que basta para ele alimentar uma revolta que canalizará, no momento oportuno, em rebelião. Se o filme ganha em ação nessa segunda parte, com o triunfo dos efeitos especiais, perde em credibilidade, até então conseguida com as cenas de laboratório e a discussão dos limites éticos do uso de animais em experiências científicas. Mas, como o que interessa mesmo é a ação, só nos resta acompanhar as peripécias de César no comando de seus legionários rebelados, forte candidato à estatueta de melhor chimpanzé na próxima festa do Oscar. (Por Luiz Vita, do Cineweb)

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