'Efeito Dominó' relembra crime misterioso dos anos 70

Trama tenta explicar por que, aparentemente, os autores do 'crime do walkie-talkie' saíram impunes

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Por Rodrigo Zavala e da Reuters
Atualização:

Fotos incriminadoras de um membro da família real fazem agentes secretos britânicos financiar um dos mais extraordinários roubos a banco da história da Inglaterra. Pelo menos essa é a versão trazida em Efeito Dominó, novo filme do diretor australiano Roger Donaldson (O Novato) para o nunca solucionado "crime do walkie-talkie", como ficou conhecido na década de 1970.   Veja também:  Trailer de 'Efeito Dominó'  Estrelada pelo ator inglês Jason Stathan (Adrenalina), a trama tenta explicar por que, aparentemente, os autores do roubo saíram impunes e a imprensa se calou, apesar do escândalo - tão caro aos tablóides londrinos. Daí as suspeitas verídicas de que, dentro do cofre, existiam outros tesouros, além das jóias e mais de 6 milhões de libras em dinheiro. A narrativa do filme, que estréia nesta sexta-feira, 16, tem início com a figura do escandaloso Michael X, uma liderança do movimento negro inglês, vinculado à prostituição e ao tráfico de drogas. Por alguma razão, ele não pode ser preso. O motivo aciona o tal efeito dominó do título em português (em inglês, é The Bank Job, O Trabalho do Banco, em tradução livre). Nos bastidores do MI-5, o serviço secreto britânico, fala-se que a razão são algumas fotografias de alguém da família real participando de uma orgia com plebeus. Michael X (referência direta ao Malcolm X americano) as tem em seu poder, dentro de um cofre em um banco na Baker Street, em Londres. Como não pode simplesmente invadir o local, o serviço secreto prepara um imbróglio que, de forma claramente irônica, trará mais problemas que soluções. A agência instruirá a belíssima Martine (Saffron Burrows, de Enigma) a contratar um grupo de pequenos delinquentes, comandados pelo carrancudo Terry (Stathan), para fazer o serviço. O negócio prometido é simples: eles devem fazer um túnel, durante o feriado, desde a casa vizinha até o cofre subterrâneo. Com o sucesso da empreitada, eles ficam com os dividendos, entregando apenas o conteúdo da caixa 118 (de Michael X). Para isso, eles vigiam a rua e a escavação com a ajuda de observadores que se comunicam através de walkie-talkies (daí o nome dado pela imprensa ao crime). Uma das falhas estratégicas da agência de inteligência britânica é acreditar que os bandidos pé-de-chinelo não irão ver seu o conteúdo da caixa 118. Tal como soa absurdo o fato de que ninguém suspeitava de que Terry e seu bando se deparariam, nas gavetas ao lado, com fotos de uma cafetina mostrando os mais importantes lordes ingleses em seus piores papéis (um deles está de roupas íntimas femininas, sendo chicoteado por uma garota de programa). A situação torna-se ainda mais perigosa quando eles encontram, em outras gavetas, uma caderneta de pagamentos de um criminoso a um punhado de policiais corruptos da Scotland Yard. Como eles escaparão desses inúmeros inimigos é a base da versão dos roteiristas Dick Clement e Ian La Frenais (Por Água Abaixo e Ainda Muito Loucos) para o crime.

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