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"É Tudo Verdade" inicia fase paulista

Por Agencia Estado
Atualização:

Iniciada na quinta-feira, no Rio, começa amanhã a etapa paulista do Festival Internacional de Documentários É Tudo Verdade, que vai trazer à cidade as novas tendências do documentário mundial. Até domingo, em diversas salas, você poderá assistir a uma semana inteira de grandes atrações. E não são só os filmes: o 8.º É Tudo Verdade realiza, pela terceira vez, a Conferência Internacional de Documentários, reunindo em São Paulo grandes nomes do documentário em todo o mundo para debater ´as imagens da subjetividade´. É tudo verdade. Está até no nome do evento, mas não é por essa vinculação maior com o real que o documentário se preocupa menos com as questões da linguagem. Amir Labaki, diretor do festival, lembra que os grandes documentários são sempre autorais e que há hoje uma tendência muito forte de conectar o gênero com as formas de representação subjetiva da realidade e da história. Essa tendência faz-se presente em muitos dos 104 títulos de 24 países. Eles compõem a programação, dividida em cinco seções: a competição brasileira, cujos vencedores passam imediatamente para a competição internacional, a retrospectiva brasileira, a retrospectiva internacional e a mostra Estado das Coisas. No Rio, o Festival Internacional de Documentários foi aberto por Comandante!, o retrato de Fidel Castro por Oliver Stone, que terá apenas uma exibição em São Paulo, terça-feira, às 23 h, no CineSesc. Na quarta de manhã, o filme embarca de volta para os Estados Unidos. Em São Paulo, a abertura será com outro retrato, mais uma representação das imagens da subjetividade. João Moreira Salles, que já venceu uma das edições anteriores do evento com o explosivo Notícias de Uma Guerra Particular, exibe agora Nelson Freire. Quem teve o privilégio de ver (e ouvir) o grande pianista pode até pensar que, com um personagem tão rico, João não deve ter tido dificuldade para fazer um filme excepcional. Os maiores elogios para Nelson Freire vão para o rigor da relação ética que o cineasta conseguiu estabelecer com o objeto de seu interesse. Justamente João Moreira Salles. A pedido de Amir Labaki, ele reproduz em São Paulo a brilhante exposição que fez num festival europeu, discutindo a origem e as tendências atuais do documentário. João, que é professor de cinema no Rio - leciona justamente documentário -, aparelhou-se, intelectualmente, para dar sustentação teórica à sua opção artística. Será terça-feira, às 11 horas, no Museu da Imagem e do Som, o MIS. Outro que também dá palestra em São Paulo (no sábado, às 16 horas, também no MIS), é o diretor alemão Clemens Kuby. Atraído pelos temas da religião e das manifestações do sagrado no mundo atual, ele vem exibir e discutir seu filme Living Buddha. Entre as atrações nacionais estão dois documentários conectados com a realidade humana e social do Carandiru: O Prisoneiro da Grade de Ferro, de Paulo Sacramento, e Carandiru.Doc, de Rita Buzzar. Cabe lembrar que, na sexta, estréia em todo o Brasil - 300 cópias - o filme que Hector Babenco adaptou do livro de Drauzio Varela, Estação Carandiru. Outras atrações da competição nacional: O Caso Mateucci, de João Batista de Andrade, sobre um crime ocorrido em Goiânia, nos anos 1950; No Olho do Furacão, de Toni Venturi e Renato Tapajós, que dá voz a integrantes da luta armada, no País, nos anos 1960, além de numerosos perfis de artistas. Eles tanto podem ser longos - Geraldo José, o Som sem Barreira, de Severino Dadá, Meu Tempo É Hoje - Paulinho da Viola, de Izabel Jaguaribe, Recife/Sevilha, João Cabral de Melo Neto, de Bebeto Abrantes e Abílio Pereira de Almeida, do repórter do Canal Brasil, Kiko Mollica -, como curtas - Candeias da Boca para Fora, de Celso Gonçalves, e O Papa da Pulp, de Carlos Adriano, que terá a presença do próprio R.F. Luchetti na platéia, na quarta, às 15 h quando o filme será apresentado no CineSesc. O canal brasileiro da Net/Sky, vale destacar, fará a cobertura (diária) do É Tudo Verdade. Fidel Castro ganha dois retratos. Além do filme de Stone o presidente de Cuba também é biografado por Estela Bravo em Fidel - A História não Contada. E há mais retratos, mais imagens da subjetividade na competição internacional: Bola de Nieve, de José Sánchez Montes, sobre o famoso músico cubano. Derrida, de Kirby Dick e Amy Ziering Kofman, sobre o filósofo Jacques Derrida, Gabriel Orozco, de Juan Carlos Martín, sobre o artista conceitual mexicano, e Won Werra, de Werner Schweitzer, sobre o lendário piloto alemão na 2.ª Guerra Mundial, que já deu origem a uma ficção de Roy Ward Baker com Hardy Kruger em 1957 (A Águia Fugitiva). E ainda existem as retrospectivas. A nacional homenageia Eduardo Escorel, promovendo o encontro do diretor de tantos documentários e ficções admiráveis com o público, no Centro Cultural Banco do Brasil, no sábado, às 18h30. A internacional homenageia o dinamarquês Jorgen Leth, cujo novo documentário, em parceria com Lars Von Trier, está selecionado para o Festival de Cannes, no mês que vem. Leth será uma bela surpresa para quem se dispuser a descobrir suas 66 Cenas na América, Novas Cenas na América, O Ser Humano Perfeito e A Vida na Dinamarca. A programação de terça-feira Centro Cultural Banco do Brasil. Rua Álvares Penteado, 112, tel. (011) 3113-3651: 14h30 - O Ser Humano Perfeito, de Jorgen Leth, Dinamarca/67, dur. 13 min.; Motion Picture, de Jorgen Leth e Ole John, Dinamarca/70, dur. 20 min.; A Vida na Dinamarca, de Jorgen Leth, Dinamarca/71, dur. 37 min. 16h30 - 66 Cenas da América, de Jorgen Leth, Dinamarca/81, dur. 42 min. 18h30 - Primeira Página, de Eduardo Escorel, Brasil/81, dur. 10 min.; O Barão, de Eduardo Escorel, Brasil/96, dur. 25 min.; Rondon, o Sentimento da Terra, de Eduardo Escorel, Brasil/92, dur. 5 min. Centro Cultural Banco do Brasil - Sala de Vídeo. Rua Álvares Penteado, 112, tel. 3113-3651): 12h30 - Terra de Quilombo - Espaços de Liberdade, de Renato Barbieri, Brasil/2002, dur. 58 min. Centro Cultural São Paulo - Sala Lima Barreto. Rua Vergueiro, 1.000, tel. 3277-3611: 18h00 - Bethânia Bem de Perto - A Propósito de Um Show, de Eduardo Escorel e Júlio Bressane, Brasil/66, dur. 32 min.; Visão de Juazeiro, de Eduardo Escorel, Brasil/70, dur. 19 min.; Chico Antonio, o Herói com Caráter, de Eduardo Escorel, Brasil/83, dur. 40 min. 20h00 - O Que Eu Vi, O Que Nós Veremos, de Eduardo Escorel, Brasil/73, dur. 18 min.; Jubileu, de Eduardo Escorel, Brasil/81, dur. 45 min.; Ulysses Cidadão, de Eduardo Escorel, Brasil/93, dur. 73 min. CineSesc. Rua Augusta, 2.075, tel. 3082-0213: 15h00 - Os Meninos de Pinochet, de Paula Rodriguez, Alemanha/2002 dur. 81 min. 17h00 - Eu Era Um Cineasta, de Jay Rosenblatt, EUA/2003, dur. 10 min.; Fleurette, de Sérgio Tréfaut, Portugal/2002, dur. 80 min. 19h00 - Derrida, de Kirby Dick e Amy Ziering Kofman, EUA-França/2002, dur. 84 min. 21h00 - Os Melhores Anos de Nossas Vidas, de Andrea Pasquini, Brasil/2003, dur. 65 min. Cinusp Paulo Emílio. Rua do Anfiteatro 181, Colméia, Favo 4, tel. 3091-3540: 16h00 - Filmes e vídeos autobiográficos: Truque ou Bebida, de Vanalyne Green, EUA/85, dur. 20 min.; Video Nation Shorts, da BBC 2, Inglaterra/94-98, dur. 45 min.; Papai e Eu, de Linda Västrik, Suécia/99, dur. 38 min. 19h00 - Trinh Minh-ha - Reagrupamento, Senegal/82, dur. 40 min.; A Quarta Dimensão, Japão/2001, dur. 87 min. Itaú Cultural - Sala Itaú Cultural. Avenida Paulista 149, tel. 3268-1766: 14h00 - O Vício da Liberdade, de Flávia Lins e Silva, Eduardo Vaisman e Vinícius Reis, Brasil/2003, dur. 51 min. 16h00 - Na Lona, de Wagner Morales, Brasil/2002, dur. 26 min.; Me Erra!, de Paola Leblanc, Brasil/2002, dur. 52 min. 18h00 - Mesa Brasileira - Capítulo 1: O Pão de Cada Dia, de Ricardo Miranda, Brasil/2002, dur. 56 min. 20h00 - Cotidiano da Cidade, de Luiz Eduardo Lerina, Brasil/2003, dur. 51 min. Museu da Imagem e do Som. Avenida Europa 158, tel. 3062-9197: 16h00 - Impressões Debaixo d´Água, de Leni Riefenstahl, Alemanha/2002, dur. 42 min. 18h00 - Fidel - A História não Contada, de Estela Bravo, Cuba/2002, dur. 91 min. 20h00 - No Olho do Furacão, de Renato Tapajós e Toni Venturi, Brasil/2003, dur. 52 min. Sesc Vila Mariana - Auditório. Rua Pelotas, 141, tel. 5080-3000: 20h00 - Rogério Duprat - Vida de Músico, de Pedro Vieira, Brasil/2002, dur. 53 min. Informações: www.etudoverdade.com.br ou direto nas salas. Entrada franca - senhas com uma hora de antecedência. Até 13/4.

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