Dwayne Johnson fala sobre 'Terremoto – A Falha de San Andreas'

Este é seu primeiro papel principal em história de grande orçamento

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Por Melena Rysik
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BURLINGTON, MASSACHUSETTS - Dwayne Johnson, mais conhecido até recentemente como The Rock (A Rocha), é um sujeito sensível. Cruzando o estúdio para seu próximo filme, ele usava seu 1,96 m de altura como uma forma de liderança. Não que sem isso se pudesse perdê-lo de vista. Johnson cuidou disso, erguendo uma escada portátil de três metros para escapar dos membros da equipe e fazendo palhaçada para uma maquiadora. Como sabe qualquer fã que o acompanhou dos ringues de luta livre à telona, Johnson é, acima de tudo, um bufão.

O entretenimento veio bem cedo. “Eu tinha 9 anos e costumava pensar que era Elvis, Sam Cooke e repetia monólogos de Richard Pryor.” Agora, Johnson, com 43, está surfando em ondas imensas de atenção graças a uma corrida impressionante às bilheterias (como parte do elenco de Velozes & Furiosos 7).

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Como celebridade multiétnica numa época em que os públicos querem diversidade, ele deveria ser o herói de todos os gêneros e idades, atraindo igualmente velhos e jovens, homens e mulheres. Campeão de bilheteria de 2013, quatro vezes convidado ao Saturday Night Live, agora ele fez um trabalho diferente das continuações e franquias em que sobressaiu. Seu novo filme, Terremoto – A Falha de San Andreas, que estreia nesta quinta, 28, no Brasil, é seu primeiro papel principal numa história original de grande orçamento. E, com sua série da HBO, Ballers, que entra no ar em junho, poderia ser o cimento final de sua condição de ator principal fácil de bancar.

“Em termos de apelo ao consumidor, ele está na mesma liga que Brad Pitt”, disse Henry Schafer, um porta-voz da Q Scores Co., que mede o potencial de artistas se tornarem celebridades. Desde que a empresa começou a monitorá-lo, há sete anos, Johnson manteve uma pontuação acima da média, superando Tom Cruise, Mark Wahlberg e Arnold Schwarzenegger, o paradigma anterior de heróis parrudos. “Johnson sempre teve um forte vínculo emocional com consumidores.” Ele ainda não tem o reconhecimento de Pitt, e seus maiores sucessos na tela vieram em filmes de conjunto. Hércules, dirigido por Brett Ratner e lançado no ano passado, foi um fiasco nos EUA, mas, mesmo assim, rendeu mais de US$ 170 milhões no exterior. Ele se tornou uma atração global.

“Hoje ninguém vira astro de cinema se não tiver apelo internacional”, advertiu Jeanine Basinger, diretora do departamento de estudos de cinema da Universidade Wesleyan. “Eu adoro The Rock”, acrescentou. “Ele tem o tipo de presença que as pessoas esperam. Isso se chama cérebro, trabalho duro e uma visão realista do negócio.” Para Johnson, este momento é o ápice de vários anos de luta só para fazer Hollywood aceitá-lo em toda sua glória brincalhona e musculosa. A batalha implicou uma mudança total e até negociar um retorno eventual à arena de WWE. “Vou me arriscar nisso.”

“Chegar a Hollywood”, ele acrescentou, “isso eu aprendi da maneira mais dura.” Em 2004, após uma disputa com lotação esgotada no Madison Square Garden, Johnson se afastou das lutas, tendo feito incursões em atuação, com o apoio de Vince McMahon, o empresário de WWE. Foi McMahon que adulou Lorne Michaels para deixar The Rock apresentar o SNL, em 2000. As expectativas não eram altas, mas ele encantou. “Ele tem um timing maravilhoso, uma teatralidade inata, e, como projeta força, a audiência meio que relaxa com ele”, contou Michaels. “Ele pode ser sutil, pode ser grande e sólido.” Tão logo foi apresentado a públicos não relacionados às lutas, as portas começaram a se abrir.

À medida que assaltava a indústria de entretenimento, mudando de papéis de pilha de músculos (O Escorpião Rei) aos que requerem um hábil toque cômico (Agente 86), Johnson se livrou de seu nome de lutador, mas não de sua fanfarronice. Eterno promotor, McMahon relacionou o fato de ficar à vontade diante das câmeras com sua experiência no tablado. Na luta, “você aprende linguagem corporal, psicologia da multidão”, disse ele. “The Rock é realmente bom e foi ensinado a conhecer o seu público.” / TRADUÇÃO DE CELSO PACIORNIK

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