Dustin Hoffman é o que vale em "Confidence"

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Por Agencia Estado
Atualização:

Sabe aquelas histórias de assaltos sofisticados, tipo Missão Impossível, Ocean?s Eleven e outros? Pois bem, este Confidence - O Golpe Perfeito pertence à família. O toque de originalidade é a história ser narrada por alguém que aparece morto desde o começo (lembra-se do Brás Cubas, de Machado de Assis?) Pois bem, o recurso é o mesmo e funciona. Edward Burns, que aparece baleado logo no começo, é Jake Vig, trambiqueiro que deu um golpe num homem poderoso e precisa ressarci-lo se quiser viver. O único jeito é aplicar um golpe ainda maior, envolvendo transações bancárias em um paraíso fiscal. O esquema do gênero não muda. Para sustentar o interesse, o golpe tem de ser tão intrincado que fica difícil segui-lo. Na verdade, se analisada de perto, a estrutura não tem lógica. Mas nem precisa disso. Diz um código cinematográfico que determinado tipo de filme não precisa seguir a lógica normal. Isso vale para o noir e vale também para filmes de assalto como este. O interesse do diretor é introduzir certo charme na filmagem e esperar que o edifício se sustente por aí. No caso, o charme atende pelo nome de Dustin Hoffman, no papel do poderoso chefão Winston King. Ele é um temível bandido com traço diferencial - certa aura homossexual. Hoffman visivelmente se diverte com o papel, e empresta a ele o talento habitual. Não faz um tipo explícito, caricato. Apenas insinua, mas com muita graça. O misto de flerte e ameaça que faz a Edward Burns é um momento engraçado da história. O filme é bem interpretado, embora não se possa dizer que Burns seja um ator shakespeariano. Mas para filme de assalto até que dá para o gasto. Não há nada de muito notável a dizer a respeito da técnica, a não ser que é profissionalmente bem realizada, nos padrões exigidos pelo cinema comercial de shopping. Uma diversão razoável e nada mais.

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