Drama recupera trajetória do grupo Baader Meinhof

Indicada ao melhor filme estrangeiro do Oscar de 2009, obra fala da guerra contra o imperialismo americano

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Por Redação
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Indicado ao Oscar de filme estrangeiro 2009, "O Grupo Baader Meinhof" traz às telas uma versão quase documental sobre a organização terrorista RAF (Facção Armada Vermelha), que travou uma violenta guerra contra o establishment alemão e o "imperialismo americano" durante a década de 1970. O filme estreia em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre.

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Longe de qualquer defesa ou ataque moral ao grupo de jovens idealistas, o drama relata como foram orquestradas as principais ações da RAF e as consequências da queda de braço com o Estado alemão. Mostra, assim, como a lógica extremista do "olho por olho" fez da luta por uma sociedade mais justa uma guerrilha urbana sangrenta com desdobramentos políticos internacionais. A veracidade do que se vê na tela tem uma explicação. O roteiro, assinado pelo produtor Bernd Eichinger ("A Queda! - As Últimas Horas de Hitler"), segue de forma fiel o livro "Der Baader-Meinhof Komplex", do jornalista Stefan Aust. Assim, traça uma linha temporal dos eventos que culminaram no que ficou conhecido como "Outono Alemão" (1977), com o dramático sequestro do avião Landshut, da Lufthansa, e a morte dos principais líderes da RAF. Tal como no livro, a história tem início em 1967, quando um estudante é baleado pela polícia durante um protesto. Nas revoltas estudantis que se deflagram a partir daí, une-se à causa a jornalista Ulrike Meinhof (Martina Gedeck, de "A Vida dos Outros") e o casal extremista Andreas Baader (Moritz Bleibtreu, de "Corra Lola, Corra") e Gudrun Ensslin (Hohanna Wokalek), que fundam o RAF.

Com a ajuda de outros companheiros, eles planejam e executam elaborados planos de assalto a bancos, sequestros e ataques à bomba a prédios públicos. Enquanto isso, o comandante de polícia Horst Herold (Bruno Ganz, de "O Leitor") busca antecipar os passos do grupo, reelaborando as táticas policiais de combate ao terrorismo. Como o livro é baseado em documentos originais, grande parte dos diálogos travados no filme tem base real, trazendo ao espectador um retrato mais verossímil a tudo o que se vê. Coube ao diretor Uli Edel tornar atraente a complexa narrativa, que envolve mais de 200 personagens. O resultado é uma competente crônica da ascensão e declínio de um ideal e uma eficiente produção, que mescla informação e bom cinema, digna de sua indicação ao Oscar (prêmio concedido ao japonês "A Partida", de Yojiro Takita, ainda em cartaz nos cinemas). Com o filme, Uli Edel fecha também sua trilogia sobre diversas formas da violência: a política, "O Grupo Baader Meinhof"; a social, "Noites Violentas no Brooklyn"; e a autodestrutiva, "Eu, Christiane F., 13 anos, Drogada e Prostituída".  (Por Rodrigo Zavala, do Cineweb)

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