Declarações recíprocas de amor paterno e filial marcaram a noite de quinta-feira no Festival de Gramado. O ator Antonio Pitanga, chamado para anunciar os vencedores da categoria 16 mm, perguntou à platéia: "Vocês sabem por que eu estou aqui? Para lamber a minha cria, a Camila Pitanga?" Pouco depois a cria, que faz parte do elenco de um dos longas-metragens concorrentes, Sal de Prata, do gaúcho Carlos Gerbase, no palco, retribuía: "Pai, eu te amo!" O filme, propriamente dito, é um ensaio metalingüístico sobre um cineasta que morre e deixa alguns roteiros inéditos, e incompletos, que serão filmados pelas mulheres da sua vida. Fez a platéia pensar. O outro longa da noite foi o documentário Doutores da Alegria, de Mara Mourão, sobre os palhaços que tentam minimizar o sofrimento de crianças internadas em hospitais. Comoveu a platéia. Hoje à noite serão exibidos os dois últimos concorrentes, Em Trânsito, documentário de Henri Arraes Gervaiseau, e Diário de um Novo Mundo, ficção de Paulo Nascimento. Também haverá a entrega do troféu Eduardo Abelin ao cineasta Héctor Babenco, de Carandiru, filme de maior sucesso da retomada do cinema brasileiro, com 4,6 milhões de espectadores.