Documentário sobre o Iraque gera livro e esperanças de Oscar

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Por GREGG KILDAY
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O documentário "No End in Sight" (Nenhum final à vista), de Charles Ferguson, vem fazendo jus a seu título. Um ano atrás, o cientista político e documentarista se preparava para lançar seu filme sobre o Iraque no Festival de Cinema Sundance. Embora já tenham sido lançados vários documentários sobre a guerra, o filme de Ferguson destacou-se de imediato, recebendo um prêmio especial do júri por lançar luz sobre "as decisões políticas equivocadas que levaram ao atoleiro catastrófico da invasão e ocupação do Iraque pelos EUA." "No End" examina, com detalhes cuidadosamente recolhidos, as decisões cruciais tomadas por um pequeno grupo de estrategistas de guerra em Washington nos primeiros dias da ocupação americana do Iraque. A distribuidora independente Magnolia lançou o filme no circuito comercial americano em julho. Apesar de "No End in Sight" ter rendido apenas 1,4 milhão de dólares nos cinemas, a distribuidora também o disponibilizou na HDNet da 2929 Entertainment, empresa mãe da Magnolia, e o documentário foi lançado em DVD em outubro. "No End in Sight" faz parte da lista de 15 filmes que a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas está estudando para possível indicação ao Oscar de melhor documentário. Mas Ferguson ainda passou adiante, para outro projeto. Em fevereiro, a editora PublicAffairs vai lançar o livro "No End in Sight: Iraq's Descent into Chaos", baseado nas 200 horas de entrevistas feitas por Ferguson para o filme, além de entrevistas adicionais que ele conduziu desde que o filme foi lançado. O filme tornou-se um elemento catalisador da análise que está sendo feita no momento das decisões fatídicas que determinaram o rumo da guerra. "Depois de assistirem ao filme, várias pessoas se aproximaram para dizer que tinham informações adicionais a contribuir, e várias delas tinham coisas muito interessantes a dizer", contou Ferguson. Além de aprofundar-se nos detalhes que cercaram as decisões tomadas em abril e maio de 2003, o livro analisa o aumento do efetivo militar norte-americano no Iraque feito no ano passado, que aconteceu quando o filme já tinha sido concluído.

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