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Documentário sobre covid vence edição do É Tudo Verdade; veja ganhadores

Festival criado por Amir Labaki se tornou um termômetro para a categoria, inclusive no Oscar

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Por Redação
Atualização:

Principal festival dedicado à produção documental da América Latina, o É Tudo Verdade divulgou na noite deste domingo, 10, os vencedores da sua 27ª edição. Dirigido por Anna Petta e Helena Petta, Quando Falta O Ar foi eleito o vencedor da Competição Brasileira de Longas e Médias-Metragens (R$ 20 mil). O filme destaca o trabalho de enfrentamento de médicas, enfermeiras, agentes de saúde, e traz uma face da luta coletiva contra a covid-19

“É mais do que uma radiografia contundente e corajosa da pandemia da covid-19 no Brasil.”, destacou o juri composto por Eloá Couzal, Carlos Ebert e Renato Terra.  “As diretoras conseguem ampliar o entendimento da tragédia humanitária em várias perspectivas: desde os agentes comunitários que trabalham na prevenção até as Unidades de Tratamento Intensivo dos Hospitais, passando pelos corpos ensacados e enterrados em quantidades assustadoras.”, ponderaram. Já Sinfonia de Um Homem Comum, de José Joffily, recebeu a menção honrosa

Documentário que retrata o pior momento da pandemia de covid-19 é premiado no festival Foto: É Tudo Verdade

Cantos de um Livro Sagrado levou o prêmio de  melhor curta da competição brasileira (R$ 6 mil). De Cesar Gananian e Cassiana der Haroutiounian, mostraram a Revolução de Veludo a partir de diversos pontos de vista, desde as mudanças mais simples no cotidiano até as mais complexas no espírito do tempo. “Por extensão, ajuda a entender o que acontece atualmente na Ucrânia.", classificou o júri. Cadê Heleny?, dirigido por Esther Vital, foi levou menção honrosa na competição nacional de curtas. 

O júri ressaltou que, na seleção de curtas, houve uma "amplitude da temática negra refletida pelos olhares de autores negros. Os filmes Alágbedé, de Safira Moreira, e Solmatalua, de Rodrigo Ribeiro-Andrade, trazem novos ares para o pensamento cinematográfico brasileiro."

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O júri para as competições internacionais de curtas, longas e médias-metragens foi formado por cineasta e escritor brasileiro Luiz Bolognesi (Ex-Pajé, A Última Floresta), pelo escritor, jornalista e designer uruguaio Hugo Burel, e pela cineasta norte-americana Megan Mylan, ganhadora do Oscar de Melhor Documentário em Curta, em 2009, por Smile Pinki.

 O vencedor da competição internacional de longas e médias-metragens é O Filme da Sacada (Polônia), (R$ 12 mil), de Pawel Lozinski. No documentário, o diretor entrevista, da sacada do seu apartamento, em Varsóvia, pessoas que passam ali em frente. A partir desse dispositivo, traz histórias singulares e tratam dos modos como lidamos com a vida na condição de indivíduos. 

O júri aponta que o filme está "levando em conta o mosaico de retratos profundos de personagens retirados do anonimato urbano por um dispositivo insólito e simples que realiza um surpreendente mergulho em suas personalidades, medos e desejos. Além do lirismo das personagens, a originalidade do dispositivo narrativo une a simplicidade da ideia genial com a postura de escuta paciente e sensível do realizador polonês Pawel Lozinski." Ultravioleta e as Gangues das Cuspidoras de Sangue (França), de Robin Huzinger, recebeu do júri uma menção honrosa.  

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Como Se Mede Um Ano?, de Jay Rosenblatt (EUA), foi escolhido pelo júri como melhor curta da competição (R$ 6 mil). O júri destacou a originalidade da ideia, o esforço da produção que durou 17 anos, mostra a transformação da filha do cineasta - única personagem do filme. As respostas que ela dá às mesmas perguntas feitas por seu pai a cada ano, trazem uma mensagem direta e existencial muito comovente. Em apenas 29 minutos, o bebê se torna uma mulher, crescendo e mudando diante de nossos olhos."

Na categoria, Ali E Sua Ovelha Milagrosa (Iraque/Reino Unido), com direção de Maythem Ridha, levou uma menção honrosa. o júri destacou a sobriedade, a sensibilidade e economia dos recursos visuais e narrativos utilizados para contar a história de um menino de 9 anos que se vê obrigado a sacrificar Kirmeta, sua ovelha favorita. 

 "Foi emocionante, ainda nesta edição híbrida, vivenciar o reencontro em salas entre o festival, a equipe dos filmes e o público", comenta Amir Labaki, diretor do É Tudo Verdade. 

O festival exibiu, de 31 de março a 10 de abril, um total de 78 longas e curtas-metragens em competição e hors-concours, de forma gratuita, em plataformas de streaming disponíveis em todo o território brasileiro. Além disso, neste ano o festival retomou suas sessões presenciais, que aconteceram em São Paulo e Rio de Janeiro. 

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Os ganhadores dos prêmios de Melhor Longa-Metragem  Brasileiro e Internacional terão novas exibições entre os dias 11 e 12 de abril, 21h, respectivamente, na plataforma É Tudo Verdade Play. O curtas nacional e estrangeiro vencedores das mostras competitivas também serão exibidos na plataforma, a partir das 12h de 11/04, respeitando o limite de visionamentos. A entrega dos troféus e certificados para os premiados brasileiros aconteceu no Espaço Itaú Augusta em cerimônia seguida da projeção do documentário O Território, do diretor Alex Pritz. A 28ª edição do festival acontecerá entre 13 e 23 de abril de 2023.

 

Prêmios Paralelos

- Prêmio Aquisição Canal Brasil de Incentivo ao Curta-Metragem (R$ 15 mil), para o filme brasileiro: Cadê Heleny?

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- Prêmio Mistika (R$ 8mil), Cantos de um Livro Sagrado, de Cesar Gananian e Cassiana der Haroutiounian;

 - Prêmio EDT (Associação de Profissionais de Edição Audiovisual), para a melhor montagem de um curta e um longa-metragem, concedidos, respectivamente, Solmatalua de Rodrigo Ribeiro Andrade, e Sinfonia de um Homem Comum, de José Joffily.

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