Documentário sobre a 2.ª Guerra gera polêmica

O mensageiro que atrasou a entrega, ao presidente Harry Truman, do telegrama que colocaria fim à 2.ª Guerra Mundial, impediu a exibição de documentário em festival

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Por Agencia Estado
Atualização:

O fim da 2.ª Guerra Mundial foi retardado por causa dos ciúmes de um policial de Washington que deteve um "mensageiro" responsável por levar urgentemente um telegrama "codificado" ao presidente Harry Truman. O "mensageiro" Thomas Jones tinha 16 anos quando no dia 14 de agosto de 1945 recebeu a ordem de entregar com urgência um telegrama cujo destinatário era o mesmo presidente norte-americano. A história é o tema de um documentário envolvido em uma forte polêmica já que seu diretor decidiu "substituir" por um ator profissional, o verdadeiro mensageiro, alegando sua morte, o que não passa de uma ficção. O documentário mostra que o Jones atrasou a entrega do telegrama porque parou para almoçar, e depois um policial o parou por causa de uma infração de trânsito, quando ia para a Casa Branca. O filme intitulado O Mensageiro, do diretor Quincy Perkins, deveria ser apresentado hoje no Filadélfia Film Festival, mas a polêmica obrigou o adiamento de sua exibição. Segundo o documentário, Jones morreu em dezembro do ano passado depois de ter atuado no filme. O verdadeiro Jones apareceu pouco depois de ser informado que sua história estava sendo contada por um falso mensageiro. Jones vive hoje na Pensilvânia e pediu a um advogado intervir com uma ação judicial. Segundo Jones, o documentário da história tem vários erros. Jones admitiu que perdeu um tempo precioso em sua tarefa, mas que não atrasou porque foi almoçar, como mostra o documentário. A verdadeira história é que eram "quatro da tarde e o mensageiro não estava com fome. O atraso ocorreu porque um policial deteve seu carro quando ele fez um retorno proibido na Connecticut Avenue". O policial lhe aplicou uma multa e ambos seguiram viagem. O telegrama, depois de decifrado, chegou nas mãos de Truman. "É verdade que atrasei alguns minutos o fim da Guerra, mas não porque fui comer", explicou o mensageiro.

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