08 de fevereiro de 2010 | 16h00
"Lula, o Filho do Brasil" de Fábio Barreto é uma produção que está fazendo escola. O presidente eleito do Uruguai, José Mujica, é o protagonista de um documentário que mostrará as mudanças ocorridas em seu cotidiano por conta da eleição para a Presidência de seu país.
O longa "Las Flores Del Pepe", de Sebastián Mayayo e Ramiro Ozer, está em processo de filmagem e deve chegar aos cinemas apenas em setembro.
Até lá, os dois diretores continuarão a retratar aspectos da vida íntima do presidente eleito, popularmente conhecido como "Pepe", desde a campanha eleitoral até sua chegada ao poder.
Ex-guerrilheiro e membro da coalizão de esquerda Frente Ampla, Mujica está com 74 anos e tem como uma de suas principais características os hábitos simples.
Ao lado da esposa, a senadora Lucía Topolansky, ele vive em uma chácara situada nos arredores de Montevidéu, onde pretende continuar morando mesmo após a posse no Executivo nacional, marcada para o dia 1º de março.
"Agora Pepe tem que usar terno, embora não queira colocar gravata. Junto a Lucía [Topolansky], sua companheira da vida, e a cadelinha Manuela, nega-se a abandonar sua chácara. A partir deste lugar governará o país, mas o que acontecerá com as flores de Pepe?", indaga uma breve resenha que apresenta a obra. O texto foi reproduzido pelo site "Observa".
Para divulgar o documentário, Mayayo e Ozer viajarão em breve ao México, já que o filme foi selecionado para o Festival de Cinema de Guadalajara.
Em entrevista ao "Observa", Ozer - que é formado em design gráfico - disse que foi "muito complicado" ter acesso a Mujica em um primeiro momento. Mas posteriormente, explicou, o presidente eleito deu aos dois diretores "um espaço muito bom" para que fosse possível filmar cenas de sua rotina.
"Pudemos compartilhar algumas coisas com ele sobre a campanha e agora sobre o processo de transição, mas não é fácil", afirmou Ozer.
Antes, a dupla já havia produzido o documentário "Fraylandia", que trata do conflito gerado pela instalação de uma fábrica de pasta de celulose na cidade de Fray Bentos, à margem do Rio Uruguai.
A construção e o funcionamento da unidade são motivo de uma crise diplomática com a Argentina que já leva três anos. O caso foi parar no Tribunal Internacional de Justiça, em Haia, e o veredicto deve sair neste ano.
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