‘Divergente’ abre franquia que já tem mais três longas programados

Trama guarda suas semelhanças com a de 'Jogos Vorazes'

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Por Redação
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 Divergente chegou aos cinemas americanos com um peso e tanto nas costas: ser o novo Jogos Vorazes. É uma tarefa digna de Katniss Everdeen, já que os dois primeiros filmes baseados na trilogia de livros de Suzanne Collins arrecadaram juntos mais de US$ 1,5 bilhão no mundo inteiro (cerca de R$ 3,1 bilhões). Várias outras produções baseadas em romances para jovens adultos tentaram e falharam. Dezesseis Luas não passou dos US$ 60 milhões (R$ 132,5 milhões), A Hospedeira chegou aos US$ 63,3 milhões (R$ 139,1 milhões), Os Instrumentos Mortais – Cidade dos Ossos foi a US$ 90,5 milhões (R$ 199,9 milhões), e Ender’s Game – O Jogo do Exterminador saiu-se um pouco melhor, com US$ 125 milhões (R$ 276,1 milhões) na bilheteria global. 

A adaptação da obra de Veronica Roth dirigida por Neil Burger, que estreia agora no Brasil, passou no teste: arrecadou, em quatro semanas nos Estados Unidos, US$ 125 milhões. Não chega perto de Jogos Vorazes, mas é o suficiente para garantir as sequências,

Insurgente

e

Convergente

, que terá duas partes.

A trama de

Divergente

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guarda suas semelhanças com a de

Jogos Voraze

s. Beatrice, ou Tris (Shailene Woodley), também vive numa sociedade pós-apocalíptica dividida não em distritos, mas em facções: Abnegação, Amizade, Audácia, Erudição e Franqueza. Aos 16 anos, como todos os jovens, a garota, criada em Abnegação, faz um teste de aptidão para ver em qual facção se encaixa melhor, mas, independentemente dos resultados, os jovens podem escolher à qual desejam pertencer. O diagnóstico de Beatrice é perturbador: ela é divergente, com características de três facções diferentes, e isso é considerado perigoso numa sociedade que controla todos os passos de seus integrantes. Beatrice renega suas origens e acaba indo para Audácia, responsável pela segurança dessa Chicago futurista. Lá, enfrenta um treinamento duro liderado por Quatro (Theo James).

O diretor Neil Burger confessa que acha as comparações com

Jogos Vorazes

bastante irritantes. “Claro que este filme provavelmente existe por causa do sucesso de

Jogos Vorazes

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, assim como Jogos Vorazes existe por causa de Crepúsculo, que existe por causa de Harry Potter”, garante na ilha de edição do filme. Mas ele defende seu produto. “Esta história é muito mais complexa do que a de Jogos Vorazes. Beatrice começa a questionar seu lugar na sociedade e termina refletindo sobre a sociedade como um todo, de maneira realista.”

Mas Divergente coloca mais ênfase no romance que surge entre Beatrice e Quatro. “Eu queria criar um relacionamento realista, mostrar suas dificuldades, por isso não usei um triângulo amoroso”, afirmou a escritora Veronica Roth. A escolha de Shailene Woodley, de 22 anos, indicada para o Globo de Ouro de atriz coadjuvante por

Os Descendentes

(de 2011), para interpretar a protagonista foi rápida.

“Ela tem a combinação de vulnerabilidade e rebeldia, um atrevimento e uma dor interna”, afirma Burger. Mas a seleção acabou causando um problema para a produção, que só achou seu par depois de muitos testes. O inglês Theo James, de 29 anos, participante memorável em um episódio de

Downton Abbey

, como Pamuk, que morria na cama de Lady Mary (Michelle Dockery), conquistou o diretor com sua pinta de “homem de verdade”. “Shailene é uma atriz muito forte. Precisávamos de alguém que a intimidasse”, afirma ainda Burger.

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Shailene, que também está em outra aguardada adaptação de um romance para adolescentes,

A Culpa É das Estrelas

, lançamento previsto para junho, festeja o surgimento de jovens heroínas no cinema. “É legal porque ela não é forte e poderosa desde o princípio, o espectador acompanha a sua transformação”, informa a atriz. Para Theo James, Tris é diferente. “Muitas vezes, as personagens femininas tomam atitudes masculinas para serem fortes. Aqui, não. Sua força não afeta nem sua feminilidade nem a masculinidade de seu par amoroso.”

Quatro está mais para um Paul Newman do que para um atormentado vampiro Edward Cullen, o personagem de Robert Pattinson na saga

Crepúsculo

. “Esse tipo de personagem costuma preencher uma espécie de fantasia. Quatro não precisa ficar afirmando sua masculinidade, mas também não esconde seus medos.” As sequências já estão programadas. Insurgente começa a ser produzido em maio, em Atlanta, sob o comando de Robert Schwenke – Neil Burger saiu da franquia por achar o tempo de preparação muito escasso. A estreia está programada para março do próximo ano, enquanto as duas partes de Convergente devem chegar aos cinemas em 2016 e 2017, respectivamente.

Série de sucesso

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Escrito pela americana Veronica Roth, Divergente foi lançado em 2011 nos Estados Unidos, chegando no ano seguinte ao Brasil. Depois, vieram

Insurgente

(2012) e

Convergente

(2014). A série foi comparada à

Jogos Vorazes,

de Suzanne Collins

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