Diretores Cláudio Assis e Lírio Ferreira se desculpam após punição

Mesmo com críticas à inclusão dos filmes na suspensão, Fundação Joaquim Nabuco diz que não voltará atrás

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Por Juliana Domingos de Lima
Atualização:

Com a repercussão da postura dos diretores Cládio Assis e Lírio Ferreira durante o debate sobre o filme Que Horas Ela Volta? no Recife no último sábado, 29, que culminou na suspensão dos cineastas pela Fundação Joaquim Nabuco, ambos se desculparam publicamente pelo episódio.

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Ao mesmo tempo, protestaram contra a punição se estender também a seus filmes. As salas de cinema da Fundaj, que promoveu o debate após a exibição do novo filme da diretora Anna Muylaert, são um espaço tradicional de exibição da produção pernambucana. 

Em entrevista ao Diário de Pernambuco, Lírio disse que suas intervenções no debate eram, na verdade, uma tentativa de elogiar o trabalho de Anna, a quem já pediu desculpas, e que está sendo crucificado no Facebook. 

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A diretora, que já havia se pronunciado ao Estado favorável à punição mas contrária a sua extensão aos filmes, também manifestou sua posição. 

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A decisão da diretoria da fundação, de acordo com o curador Luiz Joaquim, seguirá segundo declarado na segunda, 31. “A postura permanecerá a mesma, independente dos protestos e da posição da Anna. A fundação não voltará atrás, porque é uma medida pedagógica. Vai se manter firme e já declarou que não vai mais se pronunciar sobre”.

A respeito de alternativas à medida, como a promoção de ciclos de cinema e debates tratando de gênero, o curador rebate que as atividades da curadoria da fundação são sempre pautadas pela discussão do cinema aliada a algum aspecto social e continuarão da mesma forma, mas que não há programação prevista motivada pelo incidente.

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Em uma postagem em seu perfil pessoal, a jornalista pernambucana Carol Almeida, presente no Cinema do Museu na ocasião, acusa a esfera do cinema pernambucano de acobertar comportamentos como o do dia 29 de agosto por parte dos cineastas. Anna Muylaert concorda com a existência da tal “brodagem”, conivente com a postura de Lírio Ferreira e Cláudio Assis, mas diz que isso também se deve ao respeito pela figura dos dois, nomes importantes do cinema posterior à Retomada.

Conhecidos por já terem protagonizado situações parecidas, a diretora diz que a posição da instituição, para alguns radical, foi uma maneira de “dar um basta, dizer ‘vocês não são os reis do cangaço’.” 

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