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Diretor iraniano é proibido de viajar ao festival de Veneza

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Por Redação
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O cineasta iraniano Jafar Panahi, que foi libertado da prisão em maio, disse nesta quarta-feira que foi proibido de deixar seu país para comparecer ao festival de cinema de Veneza. Em um comunicado enviado ao festival, onde seu curta-metragem "O Acordeão" será exibido, Pahai afirmou que foi proibido oficialmente de fazer filmes nos últimos cinco anos. "Apesar de terem sido lançados, ainda não sou livre para viajar para fora do meu país e participar dos festivais de cinema", disse o premiado diretor. "Quando um cineasta não tem permissão para produzir filmes, é como se sua mente ainda estivesse presa. Talvez ele não esteja preso em uma pequena cela, mas continua perambulando dentro de uma prisão muito maior. Panahi, partidário do líder da oposição Mirhossein Mousavi na polêmica eleição presidencial do ano passado, foi libertado sob fiança em maio, depois de passar uma semana em greve de fome. Ele foi detido por 88 dias porque autoridades suspeitavam que estivesse produzindo um filme contrário ao governo. Panahi agradeceu à indústria do cinema pelo apoio -- particularmente no festival de Cannes deste ano, onda a atriz francesa Juliette Binoche criticou o Irã por prendê-lo, em seu discurso ao receber o prêmio de melhor atriz. "Nos momentos mais desesperados de minha detenção, durante a greve de fome, tomei coragem pensando em mim como um membro orgulhoso desta comunidade", disse ele no comunicado. "Acho que todo o apoio que recebi veio de indivíduos e organizações que realmente acreditam no cinema e na liberdade de expressão dos cineastas. Esperemos que um dia todos os governos do mundo cheguem a compartilhar essa ideia." Panahi venceu o prêmio Câmera de Ouro em Cannes por seu filme "O Balão Branco" em 1995. Cinco anos depois, recebeu o Leão de Ouro em Veneza por "O Círculo". "O Acordeão", feito antes de Panahi ser preso, é um filme de nove minutos sobre dois jovens artistas de rua em Teerã. (Reportagem de Sylvia Aloisi)

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