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Diretor do novo 'Batman' finalmente conquista Hollywood

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Por Redação
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Por Steven Zeitchik NOVA YORK (Hollywood Reporter) - O cineasta inglês Chris Nolan tornou-se o nome mais comentado em Hollywood no momento, graças à estréia recorde de "Batman -- O Cavaleiro das Trevas", com 155 milhões de dólares. Entretanto, há menos de dez anos, Nolan passava praticamente despercebido nas bilheterias. Seu primeiro longa-metragem, um pequeno filme independente chamado "Following", arrecadou míseros 40 mil dólares. Era um thriller sobre um escritor que tem o hábito inexplicável de seguir estranhos -- ou seja, não o tipo de filme que garante contratos comerciais a um diretor. Como o segundo filme de Nolan, "Amnésia", de 2000, mostrava um diretor experimental interessado em brincar com o tempo e desorientar o espectador. Desde então, porém, Nolan não apenas passou a constar do mapa dos grandes estúdios, como o redefiniu. Nolan (juntamente com seu irmão e frequente parceiro nos roteiros, Jonathan) passou para projetos de estúdio de dimensões médias, como o mistério policial "Insônia", ambientado no Alasca, que rendeu quase 70 milhões de dólares, e "O Grande Truque", da Disney (53 milhões). Então ele promoveu a ressurreição da franquia "Batman" com "Batman Begins", de 2005, que faturou 205 milhões de dólares. "O Cavaleiro das Trevas" vai superar esse total até a metade desta semana. O que talvez seja mais notável na carreira do antigo estudante de literatura inglês é que ele conseguiu migrar para as grandes produções de Hollywood sem comprometer muito a visão de seus primeiros filmes. "Ele não é produto de Hollywood, e acho que isso faz dele um diretor de estúdio melhor", comentou Andrew Kosove, da Alcon Entertainment, que produziu "Insônia". Broderick Johnson, também da Alcon, disse que, além da visão criativa, Nolan possui um conjunto de talentos que poucos diretores têm. "Ele tem o filme inteiro em sua cabeça antes de começar a filmar -- cada cena. Além disso, é um ótimo comunicador, então consegue transmitir sua visão para todo mundo no set." Embora a trajetória de Nolan seja incomum, pessoas que já trabalharam com ele dizem que não se surpreendem por ele ter dado um salto tão grande em tão pouco tempo. O veterano de estúdios Bob Berney, que colaborou com a distribuição de "Amnésia", diz que, diferentemente de alguns diretores independentes que acabam dirigindo filmes maiores por acaso, quando as ofertas lhes chegam, Nolan sempre teve a meta de dirigir grandes produções. "Ele emana autoconfiança, a certeza de que estaria onde está hoje." O caso mais semelhante ao de Nolan talvez seja o de Paul Greengrass, que passou rapidamente de filmes políticos arriscados como "Domingo Sagrento" para a franquia Jason Bourne. Nolan, que completa 38 anos na próxima semana, é uma raridade também por outra razão: é um diretor apreciado pelos financistas, não apenas pelas bilheterias que garante mas por sua disciplina em ater-se aos gastos previstos. A questão difícil que se coloca para ele é para onde ir agora. Um representante mencionou recentemente a possibilidade de Nolan fazer outro filme independente. No momento, o único projeto com o qual está comprometido -- além de um possível próximo capítulo de "Batman" -- é a adaptação pela Universal do seriado britânico dos anos 1960 "The Prisoner".

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