Diretor de 'Austrália' sai em defesa do filme após críticas

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Por Redação
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LOS ANGELES (Hollywood Reporter) - O filme "Austrália", de Baz Luhrmann, teve até agora uma arrecadação medíocre nos Estados Unidos (cerca de 39 milhões de dólares desde a estréia, no fim de semana do feriado de Ação de Graças), mas o diretor se mostra impenitente. Em uma das primeiras entrevistas desde a estréia do longa, ele comentou as críticas contra "Austrália" e dos que o chamam de "buraco negro do cinema". O diretor também falou que dará início em breve a um novo projeto, uma adaptação de "O Grande Gatsby", descrito por ele como uma parábola perfeita para o desastre econômico. "Muitos críticos gostam de 'Austrália'. E fazemos as pessoas chorarem; sei porque elas nos escrevem", disse ele ao Hollywood Reporter durante uma entrevista no hotel Four Seasons. "Mas há aqueles que não o entendem. Muitos desses cientistas do cinema não entendem. E não é apenas isso que não entendem, mas eles o odeiam e me odeiam, e pensam que eu sou o buraco negro do cinema. Eles dizem: 'Ele não devia ter feito isso e ele devia morrer'." Questionado sobre por que as reações eram tão passionais, respondeu. "Eu sei do que se trata." Os detratores da obra, afirmou, estavam acostumados a filmes bastante definidos. "Essa não é (simplesmente) uma comédia romântica para mulheres de 40 anos ou um filme de ação para garotos de 17 anos, e isso não é bom para algumas pessoas. Não é bom que as pessoas comam na mesma mesa do cinema. Mas você vê filmes como 'E o vento levou' e antigos clássicos de Hollywood e eles não se encaixam em nenhum rótulo", disse. "Eu não me lamento, porque, quando se faz o que eu faço, você espera ser coberto por lama. Mas parece que há muita desinformação." Entre essas desinformações está a bilheteria, diz ele. Luhrmann ressaltou que "Moulin Rouge" seguiu uma trajetória similar. "Estou acostumado a ondas batendo ao meu redor. E o que faço é me segurar em uma rocha enquanto elas batem." O diretor confirmou ter adquirido os direitos para "Gatsby", o romance de F. Scott Fitzgerald passado nos anos 20. Luhrmann percebe a história do período pré-Depressão como um alerta à medida que a economia ruma para o abismo, e outra era de ouro, como ele a percebe, chega ao fim.

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