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Diretor argentino fala sobre seu filme Tempo de Valentes

A comédia de Damian Szifrón - que estréia hoje - é o retrato do cinema atual daquele país: um filme que só precisa de uma história despretensiosa para ser bom

Por Agencia Estado
Atualização:

Tempo de Valentes, comédia argentina que estréia hoje é o retrato do cinema atual daquele país: um filme que só precisa de uma história despretensiosa para ser bom. O psicanalista Mariano (Diego Peretti) é chamado para tratar o inspetor Alfredo (Luis Luque), quando ele descobre que é traído. Mas 20 minutos depois, o jogo se inverte e é o psicanalista que entra em crise por traição. O diretor Damian Szifrón falou ao JT sobre o filme. O roteiro tem alguma inspiração na sua vida? Não. Ele mescla aspectos da pessoas próximas a mim, especialmente pelos ângulos da psicanálise e da infidelidade. Como os argentinos receberam as críticas que você fez à polícia? A corrupção na polícia argentina preocupa a todos. Nossas instituições funcionam mal e eu reporto o desejo dos argentinos de limpá-las. O filme foi muito bem recebido na Argentina. No fim de semana de estréia, o público foi de 500 mil pessoas e as críticas foram boas. Espero que os brasileiros gostem. Como você chegou ao Diego Peretti e ao Luis Luque? Ambos trabalharam comigo na série televisiva Los Simuladores há alguns anos. Mas sempre quisemos ter tempo para construir personagens mais complexos sem pressão de gravações. O Mariano e o Alfredo são resultado disso. A química deles é perfeita. Você acha que o efeito cômico do filme reside na inversão de papéis entre psicanalista e policial? Isso é o eixo central. Mas é também a história de dois homens que se libertam de seus problemas, a saída de uma crise que provoca felicidade. Vem dessa mistura de matrimônio com aventura policial e também de um psicanalista, um homem do intelecto, que começa a expor suas forças e fraquezas físicas como policial. Algo como um Woody Allen colocado em um western. Onde reside a força do cinema argentino hoje em dia? Os diretores que estudaram em escolas tradicionais de cinema agora estão a todo vapor, ao contrário da velha guarda que foi formada pela indústria. Em escala bem menor, é como a geração dos diretores Francis Ford Coppola, James Cameron, John Carpenter etc.

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