Diane Lane volta ao cartaz para viver mulher infiel

A atriz, com mais de 40 filmes e 31 anos de profissão, pode concorrer ao Oscar no ano que vem por sua atuação no drama Infidelidade, que estréia hoje

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Por Agencia Estado
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O próximo Oscar de melhor atriz já tem uma pré-candidata de peso: a nova-iorquina Diane Lane, de 37 anos. Como uma esposa adúltera no filme Infidelidade, que estréia hoje nos cinemas brasileiros, Diane rouba a cena dos dois galãs da história: Richard Gere (o marido) e o francês Olivier Martinez (o jovem amante). Como se trata de um trabalho do "provocateur" inglês Adrian Lyne, o rei dos filmes de moralidade torpe e das belas imagens publicitárias, Infidelidade ganhou críticas dissonantes nos EUA. Mas para a atriz não faltaram elogios, os melhores de toda sua carreira. Com mais de 40 filmes espalhados em 31 anos de profissão, fazia tempo que Diane não acontecia. "Sou de um raro time de atrizes que desabrochou tardiamente", explica a atriz, em entrevista ao Estado, falando por telefone de Los Angeles. O primeiro trabalho de Diane foi aos 6 anos. Ela fez uma ponta na peça Medéia, encenada pelo famoso diretor teatral Andrei Serban no La Mama, um dos mais famosos teatros experimentais de Nova York e em cuja casa Diane continou por um bom tempo. Garota da capa - Aos 12, acontecia sua estréia no cinema, contracenando com ninguém menos do que Laurence Olivier. O filme era Um Pequeno Romance, dirigido por George Roy Hill, e, por conta dele, Diane foi parar na capa da revista Time, como o principal exemplo da proliferação de crianças-prodígio no show biz no fim da década de 70. Em sua adolescência, Diane foi cooptada pelo cineasta Francis Ford Coppola, que a dirigiu em Vidas sem Rumo; O Selvagem da Motocicleta (ambos de 1983); e o ambicioso musical Cotton Club (84). Quando este último projeto, um musical sobre uma casa noturna da década de 30 no Harlem, se tornou um fracasso de público e crítica, Diane, que estava com 19 anos, chocou os agentes de Hollywood ao se retirar de cena por três anos. Nesse período, ela foi morar com a mãe numa fazenda no Estado da Georgia. "Para mim, ainda é inexplicável o fato de o processo de filmagem de Cotton Club ter ofuscado o próprio filme quando lançado nos cinemas", relembra Diane. "Foi como fazer parte da história, sem experimentá-la", prossegue. "Acho que o filme tem grandes cenas de dança e boa atuação dos atores. Não sei como não funcionou e fiquei muito desiludida." Cotton Club marcou também a primeira vez que Diane trabalhou com Richard Gere. "Você não pode imaginar como amadurecemos. Que alívio!", brinca. "Por sermos velhos conhecidos, isso acabou ajudando muito o filme de Adrian." Vulnerável - Infidelidade é um remake de um filme francês de 1969, A Mulher Infiel, que Claude Chabrol rodou com a ex-esposa Stéphane Audran. Diane conta que, a pedido de Lyne, resolveu não assistir ao original. "Adrian foi bem específico comigo. Ele disse: ´Diane, para que os espectadores não te odeiem, eu quero você vulnerável, vulnerável e vulnerável´." Quando o repórter pede para Diane elaborar mais sobre os motivos que levam sua personagem a trocar um casamento aparentemente sólido por uma aventura, a atriz suspira incrédula com a pergunta. "Você olhou bem para o Olivier? Ele não é a coisa mais sexy com que uma mulher pode sonhar?", diz, antes de explodir na gargalhada. "Na verdade, a moral desse filme é como a insatisfação de nossas paixões nos tornam tão vulneráveis." Nudez - Antes de assumir o filme de Lyne, Diane estava preocupada com as cenas de sexo e nudez. "Fiquei mais nua neste filme do que nos dez últimos anos de minha vida", brinca. Para a cena mais comentada do filme, a que a personagem, sentada num trem de volta para casa, relembra sua tarde de paixão em Nova York, Diane revela que foi tudo improvisado. "Nada daquilo estava no roteiro. Tudo saiu naturalmente no final de um exaustivo dia de trabalho e com Adrian deixando a câmera rodando." Diane também revela que trabalhar com Lyne não foi fácil. "Ele gosta de ir além do limite do confortável", explica. "E também não tem muito tato nas horas de vulnerabilidade de um ator. Ele é daqueles que dizem na lata: não estou convencido!", conta. "Apesar de ser um filme erótico e de eu estar rodeada por Richard e Olivier, as filmagens de Infidelidade também renderam muita choradeira para mim."

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