Curta brasileiro vai ao festival de Bruxelas

?Palíndromo?, o curta brasileiro dirigido por Philippe Barcinski, é o único filme latino-americano, entre os 29 finalistas, a participar do 5º Festival de curta-metragem de Bruxelas.

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Por Agencia Estado
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?Palíndromo?, o curta brasileiro dirigido por Philippe Barcinski, é o único filme latino-americano, entre os 29 finalistas, a participar do 5º Festival de curta-metragem de Bruxelas. O Festival começa na próxima semana, dia 13 de abril, e vai até o dia 21. A seleção foi feita pela organização do Festival, entre 250 curtas enviados de todo o mundo. Do Brasil, havia 10 candidatos, mas só o curta-metragem de Barcinski foi escolhido. Todos deveriam ter sido produzidos em 2001, por jovens diretores. Philippe Barcinski encaixa sob medida: Além dos seus 29 anos, já dirigiu quatro curtas-metragens, exibidos em mais de 50 festivais no Brasil e no exterior, angariando prêmios em Gramado, Brasília, Recife, México, Miami e Odense. Em Bruxelas, o Festival dividiu os filmes candidatos em 6 grupos, a serem exibidos durante 9 dias, juntamente com outras mostras, que acontecerão em paralelo. "Descentralizamos a exibição da competição para facilitar o julgamento e o acesso do público, mas todos os filmes são eqüitativos em qualidade", afirma Celine Masset, uma das organizadoras do evento. Entre os 29 curtas, 15 países estão representados. A maioria é produção francesa e belga, mas há representantes do curta grego, espanhol, norte-americano, canadense, dinamarquês e, claro, brasileiro. No Brasil, ?Palíndromo? recebeu os prêmios de melhor filme, direção e montagem no Festival de Gramado. Foi também premiado no Festival de Recife e considerado o melhor filme pela Associação Brasileira de Documentaristas e Curta-Metragistas no Festival do Rio BR 2001. No exterior, o curta de Barcisnki já foi selecionado para participar em 12 festivais internacionais previstos para este ano, tendo estreado em fevereiro na Mostra Panorama do Festival Internacional de Cinema de Berlim, mas ainda não abocanhou prêmios. Desta vez, em Bruxelas, concorre com alguns curtas premiados, como o do dinamarquês Nikolaj Arcel, em Woyzeck´s sidsite Symfoni (La dernière Symphonie de Woyzeck, ou ?A Última Sinfonia de Woyzeck?), premiado no Festival de Clermont-Ferrand. Palíndromo Palíndromos são palavras ou frases que, escritas de trás para a frente, mantêm o mesmo significado - como "Ovo", "Amor a Roma" ou "Socorram-me subi no ônibus em Marrocos". E assim é o roteiro de Barcisnki: Uma história convencional contada de forma inusitada. Uma história que começa pelo fim e segue até o início - ou melhor, até o fim. Conta um dia simples na vida de um homem comum. Em preto e branco, 10 minutos e 45 segundos, mostra o drama de um personagem que perde tudo o que tem. O trabalho, o lugar onde mora, as roupas. O desafio de "Palíndromo" era o de apresentar uma narrativa inteiramente de trás para frente (com a imagem andando ao contrário) "e ainda assim o filme fazer sentido, criar expectativas e tudo o mais o que um filme deve ter", explica Barcinski à Agência Estado. Como efeito visual, o recurso não é novo. O próprio Barcinski confessa que desenvolveu seu estilo, inspirado em cineastas americanos, como David Lynch. "Scorsese, Jean-Couteau e outros também fizeram uso deste estilo, mas em todos estes casos, porém, o efeito era uma espécie de interlúdio poético no meio de um filme, ou uma experimentação pura", diz.

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