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Crítica: 'Uma Dobra no Tempo' era para ser bonito, mas deu tudo errado com a fábula

O filme é soterrado pelos efeitos, o figurino é bregas e as interpretações, sofríveis

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Por Redação
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Na nova edição de Uma Dobra no Tempo, o livro, um anexo explica como a escritora Madeleine L’Engle penou para ter sua obra publicada, no começo dos anos 1960. Nenhuma editora se interessava, mas, depois, foi mágico. O livro virou popular, cultuado – um clássico. Mas se passaram mais de 50 anos – 56 – para que a Dobra virasse filme da Disney.

Do ponto de vista da produtora, faz todo sentido. Inclusão, bullying, direção (Ava Du Vernay) e elenco (Oprah Winfrey, Reese Whiterspoon) na linha de frente das lutas das mulheres, e negros. Sim, faz todo sentido, mas o filme, propriamente dito, não ajuda. É, desde logo, favorito à Framboesa de Ouro de 2019 – pior filme, ever.

filme é soterrado pelos efeitos, o figurino é brega Foto: DISNEY

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Na trama, garota desajustada na escola (e na vida) inicia jornada iniciática em busca do pai, que sumiu no universo. Acompanham-na um colega de aula e o irmão mais novo, Deric McCabe, e vale reter seu nome porque se trata do pior ator infantil desde o menininho que quase estragou Glória, o original de John Cassavetes. Justiça seja feita, McCabe não está sozinho nem é exceção – até Oprah Winfrey, uma das grandes injustiçadas do Oscar (por A Cor Púrpura, de Steven Spielberg), consegue ser constrangedora.

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A história, potencialmente bonita, trata de reencontros, a força do amor, a amizade, a luz contra a sombra do mal, etc. Um novo Oz? Talvez. Tudo isso precisaria de uma direção mais leve. O filme é soterrado pelos efeitos, o figurino é brega, as interpretações, sofríveis. As fadas que ajudam o trio – Qual, Qué e Quem – mais parecem bruxas. Com tristeza, há que admitir que Ava DuVernay cometeu um fiasco. Pena, porque Selma e A 13.ª Emenda eram bem bons.

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