Crítica: 'Homem-Aranha: Sem Volta para Casa' usa humor para ‘rever’ e ‘corrigir’ os vilões

Novo filme da franquia com Tom Holland no papel do herói estreia nesta quinta-feira, 16

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Por Luiz Carlos Merten
2 min de leitura

Começa exatamente onde terminava Homem-Aranha: Longe de Casa. Antes que surjam as imagens de Homem-Aranha: Sem Volta para Casa, o som já reproduz a fala de Mysterio, que está morrendo, supostamente devido a um ataque do herói teen. Ele revela o mistério da identidade do aracnídeo. A vida nunca mais será a mesma para Peter Parker, sua namorada e o melhor amigo. Com a vida tornada pública, o que faz o garoto? Pede ajuda ao Doutor Estranho, que aciona um feitiço - uma mágica? - para que todo mundo se esqueça de que Peter é o Aranha. Todo mundo? Na tentativa de preservar algumas memórias, Peter interfere no feitiço e aciona vilões espalhados pelo multiverso, todos convergindo para o mesmo território. 

Cena de 'Homem-Aranha: Sem Volta para Casa'. Foto: Sony Pictures via AP

Primeiro houve a trilogia de Sam Raimi com Tobey Maguire, depois a tentativa de Mark Webb com Andrew Garfield e agora o Aranha de Jon Watts, com Tom Holland. O herói investe-se de grandes responsabilidades. O garoto - Spider Boy - vira homem. Para evitar spoilers e dar ideia do clima, Doutor Estranho é a grande força por trás do novo filme. Está por aqui com as indecisões de Peter/Aranha. Do passado, do multiverso, vão surgindo não apenas os vilões, mas os heróis. O segredo é de polichinelo. Há trailers circulando com outros Aranhas em cena. 

É interessante assistir à cabine de Sem Volta para Casa em meio a um festival de cinema como o do Rio, como fez o repórter. O blockbuster em meio a filmes de um perfil “de arte”. Cabe a constatação. O MCU, o Universo Marvel, tem sido um território inesgotável de técnicas e estilos de narrar. Cada filme, cada super-herói é único. Só neste ano tivemos o estilo mítico, trágico de Eternos, da diretora que venceu o Oscar, Chloé Zhao, e as narrativas mais humoradas de Venom e, agora, Aranha. De herói solitário, ele mostra que integrar o time dos Vingadores preparou-o para a atividade em grupo. O filme é ambicioso, em termos de forma, de produção. Para tratar o excesso de referências, de heróis e vilões, abrangendo todo o multiverso, o diretor Watts investe no humor. Heróis e vilões são revistos e corrigidos. Entre nostalgia e farsa, o filme trata as piadas como palitos de fósforo. Deflagrados, perdem o uso. É preciso ser muito fã para achar que o efeito vai perdurar. O bom torna-se regular. 

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