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"Coração de Fogo" discute o colonialismo

Filme do uruguaio Diego Arsuaga conta a história de três velhinhos e um menino que decidem salvar uma velha locomotiva

Por Agencia Estado
Atualização:

O filme Coração de Fogo, do uruguaio Diego Arsuaga, aborda o colonialismo econômico e cultural e chega a comover pela sinceridade, mas soa meio adolescente. É a história de três velhinhos e um menino que decidem salvar uma velha locomotiva fora de uso. São antigos ferroviários que não desejam ver a máquina transformada em objeto de cena de um filme americano - dirigido por um certo "Spilberg" - assim mesmo, sem o "e". Parece muito óbvio, não é? No entanto, apesar da premissa um tanto esquemática, até que as coisas fluem melhor do que se poderia esperar. Porque Coração de Fogo - que é o nome da máquina - acaba por se transformar, literalmente, em filme de estrada, com as pessoas emprestando solidariedade aos salvadores da locomotiva, etc. É carinhoso, e às vezes divertido. Como outros países da América Latina, também a Argentina andou tendo problemas graves com o modelo neoliberal. No Uruguai, é pior ainda, com o país vivendo grave estagnação econômica. Além da generosidade de propósitos, Coração de Fogo, que concorreu no Festival de Gramado, conta com elenco de primeira, em especial os "velhinhos" interpretados por Hector Alterio e Federico Luppi, dois grandes atores. Fosse mais soltinho e menos politicamente correto, poderia ser muito mais interessante. Mesmo assim, ainda vale.

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