São Paulo é uma cidade opressiva. Cinzenta. Não tem mar. Esmaga seus moradores com seu trânsito indescritível, seu traçado caótico, sua feiura brutal, o excesso de ruído. Desse modo, e com grandes planos aéreos da metrópole assustadora quando vista de cima, começa o filme. Vemos uma mancha urbana monótona, pontiaguda, com edifícios que brotam fora de controle, ao deus-dará. As vozes que acompanham as imagens, em puro paulistês, falam da opressão das ruas. E dizem do desejo de colocar um pouco de cor nesta, com perdão do clichê, selva de asfalto e concreto armado.