Contra 'ativismo', direção da Ancine será transferida para Brasília

O presidente Jair Bolsonaro defendeu a transferência da Ancine devido ao suposto 'ativismo' na produção de filmes brasileiros, citando como exemplo o filme 'Bruna Surfistinha'

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Foto do author Julia Lindner
Por Julia Lindner e Mariana Haubert
Atualização:

BRASÍLIA - Por críticas do presidente Jair Bolsonaro a suposto 'ativismo',  a direção da Agência Nacional do Cinema (Ancine) será transferida para Brasília. O restante dos funcionários ficará no Rio de Janeiro. A informação foi confirmada pelo ministro da Cidadania, Osmar Terra.

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Segundo o presidente, filmes como Bruna Surfistinha, que narra a história de uma ex-garota de programa, não devem mais ser financiados pela agência pública.

"Agora há pouco, o Osmar Terra (Cidadania) e eu fomos para um canto e nos acertamos. Não posso admitir que, com dinheiro público, se façam filmes como o da Bruna Surfistinha. Não dá. Ele apresentou propostas sobre a Ancine, para trazer para Brasília. Não somos contra essa ou aquela opção , mas o ativismo não podemos permitir, em respeito às famílias, uma coisa que mudou com a chegada do governo", disse o presidente durante evento em comemoração aos 200 dias de governo.

Jair Bolsonaro disse que não pode admitir que se façam filmes como 'Bruna Surfistinha' com dinheiro público Foto: Imagem Filmes

Nesta quinta-feira, 18, Bolsonaro assinou a transferência do Conselho Superior de Cinema, responsável pela política nacional de audiovisual, do Ministério da Cidadania para a Casa Civil. O objetivo é que o Palácio do Planalto tenha mais influência sobre o órgão. Oficialmente, o intuito é "fortalecer a articulação e fomentar políticas públicas necessárias à implantação de empreendimentos estratégicos para a área".

No evento, o presidente focou mais em questões ideológicas e deixou de lado medidas econômicas. Ele voltou a falar da suspensão do vestibular que reservava 120 vagas para transgêneros e pessoas não binárias, o que, para ele, é algo que não pode acontecer. Ele disse que por ser um vestibular "exclusivo" significa que "não tem espaço para quem for heterossexual".

Bolsonaro também disse que não sabia o que era "não binário," foi pesquisar, mas não ia comentar em respeito aos presentes. A categoria de pessoas que não se definem exclusivamente como homem ou mulher é contemplada em glossário da Organização das Nações Unidas (ONU).

"Não podemos preservar um concurso público que tem esse comportamento. Tenho que levar avante as bandeiras que fizeram o povo acreditar em mim", afirmou Bolsonaro.

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