Congresso deve alterar MP do Cinema

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Por Agencia Estado
Atualização:

O Congresso Nacional deve rever a taxação imposta para as operadoras de TV por assinatura (cabo, microondas e satélites) na medida provisória que estabelece os critérios gerais da política nacional do cinema. A informação é do deputado federal Maurílio Ferreira Lima (PMDB-PE), relator da MP, que aproveitou o almoço com cineastas e artistas promovido esta semana, pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, para saber se o setor concordaria com uma nova fórmula que equacionasse este problema. Com a medida provisória, TV por assinatura passa a pagar R$ 2 mil para cada filme estrangeiro exibido. Nos feriados, o valor é de R$ 450,00 por cada episódio. O parlamentar revelou ao Estado que um estudo apresentado pelas operadoras de TV fechada indica que o ônus com a nova taxação ficará entre 35% a 40%. ?A rentabilidade das operadoras diminuirá?, disse Lima. O deputado diz que as mudanças na MP ocorreriam na parte que trata da criação dos Fundos de Financiamento da Indústria Cinematográfica (Funcines). Lobbies ? Esta proposta mereceu reação imediata da presidente do Sindicato da Indústria Cinematográfica do Estado de São Paulo, Assunção Hernandez, ao constatar que os lobbies já foram iniciados no Congresso Nacional com o objetivo de estabelecer alterações à MP. ?Sabemos da eficiência dos lobbies?, disse Hernandez. ?Vivemos com isso há 50 anos. Agora, o nosso lobby vai ser da justiça e da correção. Somos um setor que tentará mostrar que o caminho da democracia vai contar durante tramitação da MP no Congresso.? A presidente da Associação Brasileira dos Cineastas (Abrace), Lúcia Murat, acredita que o melhor caminho é a negociação. Murat disse que o mais importante nesta etapa é a união de cineastas, artistas, produtores e distribuidores com o objetivo de fazer frente às reações que virão das mais diversas frentes. Contribuição ? O relator da MP adverte que sua posição sobre o tema não é indicativo de que teria cedido aos argumentos das operadoras de TV por assinatura. Lima explicou que a criação das taxas referentes à exibição de filmes e seriados, além da contribuição sobre o pagamento global aos produtores, causariam prejuízos às empresas. O deputado explicou que a salvação do cinema nacional não poderá resultar no fechamento de operadoras de TV. ?O Brasil tem 176 milhões de habitantes, mas apenas 3,5 milhões são assinantes destas operadoras?, afirmou o relator. Ele lembra que a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) previa que o País tivesse sete milhões de assinantes esse ano. O relator contou ter sido procurado por representantes de TV a cabo, mas garantiu que a visita não mudou suas convicções. ?Não foram eles (empresários) que contribuíram para que fechasse esta posição.? O diretor da Columbia Pictures no Brasil, Rodrigo Saturnino Braga, concorda que devam ser feitas modificações na MP para não quebrar as pequenas operadoras. Braga integrou o grupo que articulou as diretrizes da política do cinema nacional. ?Existem alguns pequenos problemas que devem ser resolvidos, pois certas áreas estão sendo mais prejudicadas?, disse o empresário. ?A cobrança destas taxas afetaria os canais pequenos.?

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