Cineclubes resistem e garantem alternativa ao circuito comercial

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Por Agencia Estado
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São Paulo foi invadida por uma série de complexos de cinema comercial e amplas salas de exibição. No entanto, a cidade ainda encontra espaço para uma programação alternativa, que inclui filmes de arte, clássicos e produções independentes, à maneira do que ocorria com os antigos cineclubes dos anos 70 e 80. Um desses redutos é o Centro Cultural São Paulo (CCSP), que planeja sua programação anual de cinema e vídeo pensando naqueles títulos que não encontram espaço no circuito comercial. O cinema brasileiro é o grande privilegiado. O CCSP abre o ano com o ciclo de filmes São Paulo, numa homenagem ao aniversário da cidade. Já o Cinusp, na Cidade Universitária, aposta em uma produção diversificada, com o propósito de formar criticamente o público acadêmico jovem. Para a coordenadora Maria Dora Mourão, a escolha dos filmes para as mostras é pensada a partir de um determinado tema, pinçado dentro de discussões na universidade ou ligados à história do cinema. Para o projecionista Peter Pinilha, o Cinusp possui uma série de vantagens. "Temos uma sala de projeção bem estruturada, os filmes normalmente estão fora do circuito, muitas vezes são de diretores independentes e ainda o estudante tem a vantagem de ser tudo gratuito." Para este ano, está programada uma série com os melhores longas de Luchino Visconti, no mês de agosto. Atualmente, está em cartaz a mostra Cinema na Escola. Sem perder o antigo charme, o tradicional Cine Recriarte Bijou apresenta o ciclo Retrospectiva 2001. Há 39 anos ocupando o mesmo espaço na Consolação, o Bijou continua a valorizar os clássicos e os filmes de arte. Os anos 70 e 80 marcaram os tempos áureos da sala de cinema, ponto de encontro principalmente de estudantes e cinéfilos. Permaneceu fechado de 1996 a 99, quando retomou suas atividades. Na Sala Cinemateca, a atração atual é o ciclo Panorama do Cinema Brasileiro, que traz antigos clássicos nacionais. A Cinemateca Brasileira tem como proposta exibir filmes de arte. "Temos a obrigação de apresentar produções que contam a história do cinema brasileiro", diz o diretor-adjunto e curador do acervo da Cinemateca, Carlos Roberto de Souza. O Centro Cultural Banco do Brasil também abre suas portas para as chamadas mostras de arte. "Costumamos escolher alguns temas específicos, relevantes para a área cultural", explica o coordenador de cinema e vídeo, Sidney Pereira. Para esses eventos, são convidados pesquisadores para serem os curadores. Todos os anos a instituição abre inscrições para projetos na área de cinema. "Este ano selecionamos 20, dando oportunidade a esses artistas de mostrarem o seu trabalho e para o público conhecer produções diferentes." No Instituto Goethe, os freqüentadores encontram dos clássicos aos lançamentos do cinema alemão. Para o diretor Bruno Fischei, a instituição não pode ser caracterizada como cineclube por não ter uma programação constante. "Apenas organizamos algumas mostras durante o ano e emprestamos cópias. Nossa preocupação é levar ao público obras a que as pessoas não têm fácil acesso." Centro Cultural Banco do Brasil - Rua Álvares Penteado, 112, Tel: (0xx11) 3113.3651; Sala Cinemateca - Largo Senador Raul Cardoso, 207, Tel: (0xx11) 5084.2318; Cinusp - Paulo Emílio, Rua do Anfiteatro, 181; Colméia, Favo 4, Tel: (0xx11) 3818.3540; Centro Cultural São Paulo - Rua Vergueiro, 1000, Tel: (0xx11) 3277.3611; Instituto Goethe - Rua Lisboa, 974, Tel: (0xx11) 3088.4288; Cine Recriarte Bijou - Praça Rooselvelt, 172, Tel: (0xx11) 3257.2264.

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