PUBLICIDADE

Cineastas anti-Michael Moore preparam revanche

Dois cineastas pretendem usar as mesmas táticas de Michael Moore para provar que o polêmico diretor mente e manipula informações

Por Agencia Estado
Atualização:

Uma das estratégias mais bem sucedidas de Michael Moore consiste em expor a própria figura na tela, seja atormentando executivos de grandes empresas ou políticos. Agora, ele está provando do próprio veneno. Michael Wilson está finalizando o filme Michael Moore Hates America ("Michael Moore Odeia a América"), que parte da mesma idéia que moveu Moore no filme Roger & Eu, onde ele tentava entrevistar Roger Smith, presidente da GM, sem sucesso. Agora o milionário assediado é Moore, a quem Wilson busca entrevistar e não consegue. Desde que começou o projeto, o cineasta de 28 anos tem recebido ameaças de morte. Em seu site (www.michaelmoorehatesamerica.com) ele desabafou. "Os fãs de Moore podem ser as pessoas mais intolerantes do mundo. Recebi ameaças de gente que diz que tem de ser ouvida, mas que me manda calar a boca", afirmou. Assim como Wilson, quem está usando as mesmas armas para combater o queridinho da esquerda mundial é Bart Hook, um ex-estudante de cinema e webdesigner que perdeu o emprego após os atentados de 2001. "A empresa em que eu trabalhava perdeu clientes depois do ataque ao WTC. Especialistas estimam que pelo menos um milhão de pessoas perderam seus empregos devido aos ataques", afirma. Hook batizou seu filme de Fahrenheit 411 (o telefone nos EUA para pedir informações). Apesar de reconhecer Moore como um cineasta "extremamente talentoso", acha que a edição de Fahrenheit 9/11 é "mentirosa e manipuladora". Para demonstrar como a edição de um filme pode mudar sozinha o sentido dos fatos reais, Hook vai reeditar algumas imagens do filme de Moore e quer lançar seu filme até o começo de novembro, antes das eleições. Republicano confesso, Hook falou ao JT mais sobre seu projeto. Jornal da Tarde - Por que você decidiu fazer este filme? Bart Hook - Percebi várias "edições criativas" em Fahrenheit 9/11. Moore pega pedaços das histórias e mostra fora do contexto. Não haveria problema se o filme não pretendesse ser um documentário. Eu só queria que o público pudesse ver todas as imagens para entender o nos levou dos atentados à Guerra no Iraque. Você vai reeditar as mesmas imagens usadas por Moore? Comecei a adquirir algumas imagens e planejo mostrar o contexto certo dos segmentos sem inclinação política. Você é republicano? Sou republicano registrado, mas nem sempre voto nos candidatos. Votou em Bush em 2000? Não, mas desta vez votarei. Leia "Fahrenheit 9/11" chega aos cinemas brasileiros

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.