Depois de mais de uma década sem aparecer no circuito comercial brasileiro, o cineasta catalão Bigas Luna (A Camareira do Titanic, de 1997) faz seu retorno com a comédia dramática Eu Sou Juani, na qual mantém a sua marca, combinando erotismo e latinidade. O filme entra em cartaz em São Paulo e Rio de Janeiro nesta sexta-feira, 12. Veja também: Trailer de 'Eu Sou Juani' Em Eu sou a Juani, exibido na 31ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, no ano passado, o diretor e roteirista retoma a figura dos personagens femininos fortes, em que a busca pelo prazer não é um conceito, mas um estilo de vida. Tal como em seus trabalhos anteriores, Lola (1985) e As Idades de Lulu (1990), a heroína de seu novo filme, Juani (Verónica Echegui, atriz em ascensão na Espanha) está à procura de uma identidade. Vivendo em uma pobre cidade do interior, sente-se massacrada pela mediocridade aparente de sua vida. Ela mora com o pai alcoólatra e falido, trabalhando a contragosto como caixa em um hipermercado. Seu namorado, Jonah (Dani Martín), é um cafajeste que só pensa em carros, além de trai-la abertamente. Decidida a mudar de vida, junta alguns trocados e parte com a amiga Vani (Laya Martí) para Madri, onde pretende tornar-se uma grande atriz. Na capital espanhola, Juani e Vani enfrentam todo tipo de obstáculos. Sem dinheiro ou talento, elas caem nas piores situações, incluindo romances com jogadores de futebol casados. Em determinado momento, Juani chega a ser confundida com uma garota de programa, ao entrar num bar à procura de um agente televisivo. Bigas Luna acerta na caracterização da personagem e na animada trilha sonora, embora o filme perca um pouco do fôlego justamente nas aventuras vividas pela protagonista em Madri. Entre os defeitos e os acertos, a produção se equilibra no convencional. Com certeza um filme menor do diretor catalão, mas nem por isso desinteressante. (Por Rodrigo Zavala, do Cineweb)