PUBLICIDADE

'Cine Holliúdy' traz a língua e o sucesso do Ceará ao Sudeste

Trajetória impressionante para uma produção de baixo orçamento

Por Flavia Guerra
Atualização:

Cine Holliúdy

, o filme que ‘butou pra discatitar’. “Ou seja, ‘butou pra voá as banda’. Entendeu?”, pergunta o ator Edmilson Filho, protagonista do longa de Halder Gomes. “Vou esclarecer: é que botou para quebrar.”

PUBLICIDADE

De fato. O filme chega na sexta-feira aos cinemas do Sudeste e Centro-oeste com a marca de R$ 4,5 milhões arrecadados, público de 446 mil, e como o único a bater a bilheteria de Titanic no Ceará, mantendo a média de 2,3 mil espectadores por cópia. Trajetória impressionante para um filme de baixo orçamento (R$ 1 milhão), rodado totalmente no Nordeste, e que conta a história de um homem comum. Ou quase. A trama de

Cine Holliúdy

se passa nos anos 70 e narra a saga de Francisgleydisson, dono de um cinema no interior do Ceará, apaixonado pela sétima arte. Tanto que, ao ver a TV chegar à cidade, teme que o cinema seja abandonado e decide fazer o impossível para mantê-lo vivo.

Há algo de

Cinema Paradiso

Publicidade

e

Amarcord

do sertão em

Cine Holliúdy

, estrelado por atores cearenses que não são conhecidos do grande público de TV e falado em ‘cearensês’. Sim, o filme é exibido com legendas em português. “No começo, ia legendar só algumas partes. Mas o Bruno Wainer, da Downtown, a distribuidora, começou a fazer sessões no Sudeste e o pessoal não entendia muito. Ele me aconselhou a legendar tudo. Deu certo”, conta Gomes, que é cearense e sempre sonhou em trabalhar com cinema, mas antes se formou em administração de empresas, fez pós-graduação em marketing e foi dono de academias de artes marciais.

PUBLICIDADE

O que esse currículo tem a ver com a carreira no cinema? “Tudo. Cresci em uma cidadezinha onde não acontecia nada. A janela para o mundo era o cinema, os filmes que vinham de Hong Kong, kung fu, western. Sempre fui apaixonado por cinema e artes marciais”, explica. E a administração? “Eu já tinha a academia de artes marciais, participava de campeonatos internacionais, mas queria fazer cinema. Só não sabia como”, conta. “Vários amigos atuavam como dublê de luta em Hollywood. E foi aí que comecei a frequentar sets. Mas percebi que tinha tudo a ver com administração, pois cuidar de um filme é cuidar de uma empresa. Fazer tudo acontecer, funcionar, lidar com as pessoas. Eu já tinha isso. Faltava aprender a fazer cinema”, relembra.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.