'Cine Holliúdy 2', de Halder Gomes, coloca Lampião contra ETs

No segundo filme da série, que venceu ‘Capitã Marvel’ no Ceará, o diretor volta no tempo e brinca de influenciar Steven Spielberg

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Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Nesta quinta, 4, em que estreia Shazam! – e o filme é divertido, não sendo difícil antecipar um grande sucesso –, vale dispensar especial atenção a um lançamento menor, em termos de números, mas igualmente promissor.

Em 2013, um sopro de irreverência e liberdade varreu os cinemas do Nordeste, onde Cine Holliúdy arrebentou na bilheteria. O êxito impulsionou o diretor Halder Gomes a fazer uma sequência. Feito com mais recursos, Cine Holliúdy 2 – A Chibata Sideral consegue ser ainda melhor e mais divertido.

Edmilson Filho. Como Francisgleydisson, o cineasta sertanejo que se aventura no espaço Foto: PARIS FILMES

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Tudo começou com o curta Cine Holliúdy – O Artista Contra o Cabra do Mal, feito com recursos modestos de um edital do MinC para o formato, em 2004. O curta correu mundo e foi visto em 80 festivais de 20 países. Ganhou 42 prêmios. “Nos festivais, os críticos me animaram e falaram que eu tinha que fazer um longa. Realmente, tinha muito material para isso”, contou o diretor ao lançar Cine Holliúdy. 

O 2 já começa tirando onda de Steven Spielberg. Nos anos 1970, e com o megassucesso Tubarão no currículo, ‘Steven’ participa de uma reunião com produtores em Los Angeles. Inesperadamente, recebe um golpe na cara – não, ainda não é a chibata –, e fica atordoado. A imagem embaralha-se e entra o letreiro que anuncia ‘3 meses antes’.

Se no primeiro filme o cineasta sertanejo atraía o público com seu filme de kung fu, o segundo começa sob o signo da crise. Francisgleydisson perdeu tudo, até seu cinema, comprado pelo pastor da cidade. Os dois personagens são interpretados pelo ator Edmilson Filho. Francisgleydisson está para desistir de tudo quando a mulher o exorta a prosseguir com o sonho de fazer cinema. Na cidade que sofre com abduções de habitantes por extraterrestres, ele tem a sacada de dirigir uma epopeia intergaláctica. A Chibata Sideral narra o embate entre Lampião e os invasores alienígenas. Em apenas cinco dias, desde a quinta passada, fez mais de 50 mil espectadores no Ceará, ficando à frente da heroína da Marvel. Lançado em 89 telas, registrou a média de 1.483 espectadores por sala. A expectativa agora é se o ‘cearencês’ de Halder Gomes vai atrair o público paulista, o público de todo o Brasil.

Na trama, o pastor fará de tudo para impedir o sucesso da produção. Sua aliada é Justina, candidata a prefeita, com seu bordão ‘Eu sou escrota, muito escrota!’. Mas Francisglydisson tem o apoio da mulher, do filho, dos amigos e dos próprios ETs. O resultado é uma comédia muito louca, com efeitos hilários. Halder Gomes renova, para o século 21, o espírito de paródia das chanchadas da Atlântida. O resultado é que até Spielberg... Olha o spoiler. Veja, que é muito bom.

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