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Cinco razões que tornam Otelo imprescindível

Retrospectiva marca os 100 anos do seu nascimento

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Por Luiz Zanin Oricchio
Atualização:

1)  Grande Otelo foi um dos nomes mais importantes da era das chanchadas. Este gênero, musical e humorístico por excelência, durante muito tempo foi julgado com preconceito, mas depois foi reabilitado pela crítica. O público sempre o amou. Trata-se de um cinema popular que teve seus momentos de invenção. Fazia humor sem as apelações da comédia brasileira contemporânea. Grande Otelo e Oscarito formaram uma dupla inesquecível, levando a paródia ao seu ponto máximo. Veja-os, por exemplo, satirizando Romeu e Julieta no filme Carnaval no Fogo. 

4)A versatilidade cômica de Grande Otelo o tornou apto também a trabalhar em filmes do Cinema Novo, que tinha uma preocupação crítica em relação à sociedade brasileira, na época vivendo sob uma ditadura. Assim, pôde ser o protagonista de Macunaíma (dividindo o papel com Paulo José), na adaptação de Joaquim Pedro de Andrade para o romance-rapsódia de Mário de Andrade. A "entrada em cena" de Macunaíma é antológica

5)Otelo entra para a história do cinema mundial ao ciceronear, junto com Herivelto Martins, o cineasta Orson Welles em sua passagem pelo Brasil em 1942. Como se sabe, Welles veio para cá rodar um documentário convencional, encomenda da "política de boa vizinhança" em tempos de guerra. Otelo levou Welles aos morros cariocas, onde o norte-americano pôde testemunhar a maravilha do samba e o horror da miséria. Quando esses elementos começaram a entrar em sua obra, o filme foi suspenso pela produtora americana. No entanto, esse conhecimento da realidade permaneceu na memória de Orson Welles. Na ocasião, Welles disse que Grande Otelo era o maior ator do Brasil.

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