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China retira das telonas O Código Da Vinci

O Governo chinês decidiu cancelar a exibição do polêmico filme baseado no best-seller do norte-americano Dan Brown, 19 dias após sua estréia no país

Por Agencia Estado
Atualização:

O Governo chinês decidiu cancelar a exibição do polêmico filme O Código Da Vinci, de Ron Howard, a partir da próxima sexta-feira, 19 dias após sua estréia, confirmou nesta quinta à EFE a distribuidora estatal China Film. Segundo um comunicado enviado às 400 salas que estão exibindo o filme, o cancelamento se deve "à comemoração do 85.º aniversário da criação do Partido Comunista da China" (no dia 1 de julho). Os cinemas devem dar preferência "aos filmes nacionais". "Há um aviso, mas ainda não vi", declarou à EFE uma funcionária da China Film, a única estatal autorizada a importar os 20 filmes estrangeiros que Pequim aprova cada ano. "O cancelamento só vale para O Código Da Vinci, não para outros filmes estrangeiros", confirmou, sem explicar por que a proibição não afetará a estréia, na próxima sexta, de A Era do Gelo 2. "No verão sempre reservamos um período para filmes nacionais", explicou. Uma fonte da Administração de Rádio, Cinema e Televisão (SARFT, sigla em inglês) disse à EFE que não sabia nada sobre o cancelamento. O filme estava a ponto de registrar a segunda maior bilheteria de um filme estrangeiro na China, com 100 milhões de iuanes (US$ 12,4 milhões) desde sua estréia, em 19 de maio. O recorde ainda é de Titanic (1998), seguido de Pearl Harbor (2001). Em três semanas, 2,8 milhões de cidadãos chineses foram aos cinemas para ver o filme, livres da reação de grupos católicos. A China é um país oficialmente agnóstico. "Fazer o quê? Estamos surpresos e decepcionados. A boa notícia é que conseguimos um bom negócio na China", comentou Jeff Blake, diretor da produtora Sony. Fontes do setor cinematográfico chinês disseram que a causa real do cancelamento são os protestos de grupos católicos em algumas províncias chinesas, depois de a Associação Patriótica Católica convocar um boicote. O porta-voz da Igreja Patriótica Católica chinesa, Liu Bainian, disse que "não recomendou protestos" e se recusou a fazer mais comentários. O Código Da Vinci, protagonizado por Tom Hanks e Audrey Tautou, é baseado no best-seller do norte-americano Dan Brown e teve sua estréia mundial em 19 de maio, dois dias depois de abrir o 59.º Festival de Cinema de Cannes, na França.

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