Centro Cultural homenageia o ator Maurício do Valle

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Por Agencia Estado
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Começa terça-feira e vai até o dia 28, na Sala Lima Barreto do Centro Cultural São Paulo, o festival Maurício, Santo Guerreiro, que homenageia o ator Maurício do Valle, morto em 1994, aos 66 anos. É uma boa oportunidade ver (ou rever) filmes importantes, como A Hora e a Vez de Augusto Matraga, Pindorama, Chico Rei, O Jogo da Vida, O Cortiço, O Marginal e mesmo O Jeca e a Freira. O problema é que, sem os filmes de Gláuber Rocha na programação, o festival acaba ficando incompleto. Maurício foi um dos mais importantes atores brasileiros. Seu tipo corpulento e brutamontes encantou Gláuber Rocha, que viu nele a encarnação viva de seu personagem Antônio das Mortes de Deus e o Diabo na Terra do Sol e O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro. Gláuber convidou-o também para Terra em Transe, e também para aquele que seria seu derradeiro filme, A Idade da Terra. Consta que Gláuber o teria conhecido em um restaurante. Maurício do Valle passou pelas fases mais importantes do nosso cinema, como o cinema novo (Deus e o Diabo) e o ciclo do cangaço (Corisco, o Diabo Loiro e Os Cangaceiros do Vale da Morte). Nessa fase, os diretores viam nele uma espécie de John Wayne brasileiro, ou seja, um tipo forte e aparentemente invencível, e ele estrelou ou teve papéis de destaque em seis filmes do gênero. Quando as produções sérias escassearam, não teve dúvidas em apelar para a pornochanchada (O Roubo das Calcinhas e Pecado na Sacristia), que predominava e era fonte de lucro certo nos anos 70. Nem por isso deixou de ser respeitado pelo meio cinematográfico e, quando o cinema de qualidade tornou a prosperar, ele voltou à ribalta, estrelando filmes como O Cortiço, o Coronel e o Lobisomem, O Caçador de Esmeraldas e Chico Rei. Nos anos 80, foi contratado pela Rede Globo e estrelou várias novelas, dentre elas Cabocla e Roque Santeiro. Por conta desse contrato, atuou também em vários filmes dos Trapalhões e também no programa que o grupo tinha na TV, no qual quase sempre era o vilão ou o tipo mal-encarado que perseguia os integrantes do quarteto, servindo-lhes de escada (apoio para o estrelato dos humoristas). Ao todo, participou de 59 filmes. Apesar do físico avantajado, na vida real o ator tinha uma saúde frágil, pois sofria de problemas no coração e diabete. Ele tinha dois filhos. Maurício, Santo Guerreiro - De terça a domingo, às 15 horas e às 20 horas. Grátis. Centro Cultural São Paulo - Sala Lima Barreto. Rua Vergueiro, 1.000, tel. 3277-3611. Até 28/1

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