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Cassetas testam seu humor no cinema

A Taça do Mundo É Nossa, o primeiro longa da trupe, estréia hoje no Rio e em Porto Alegre. Em entrevista, Bussunda conta que o plano é lançar um filme a cada dois anos

Por Agencia Estado
Atualização:

Pelo menos desta vez, o presidente Lula, os personagens da novela das oito e os gaúchos estão a salvo das brincadeiras do Casseta & Planeta. Em seu filme de estréia, Casseta & Planeta - A Taça do Mundo É Nossa, os oito integrantes da turma deixam de lado seus alvos prediletos e apontam a munição à ditadura militar. O longa estréia hoje no Rio e em Porto Alegre e sexta em São Paulo e mais dezenas de cidades. É uma grande piada de 90 minutos sobre o roubo da Taça Jules Rimet pelos integrantes do Panac - Partido Anarco Nacionalista Animalista Carlos. São eles: Wladimir Illitch Stalin Tse Tung Guevara (Bussunda), um comunista paparicado pela mãe, Denilson (Helio de la Peña), vegetariano maconheiro que fuma até sanduíches, e Peixoto Carlos (Hubert), cantor e compositor de Cachoeiro do Itapemirim que acusa Roberto Carlos de roubar suas músicas. As piadas não são tão hilárias quanto as do programa semanal, que há 12 anos mantém uma boa audiência na Globo. A graça, no entanto, está no sarro que os cassetas tiram do próprio filme, dos efeitos especiais ("Seria bem melhor se fosse em um filme americano", diz um deles), dos merchandisings forçados (aparece um carro modelo 2003 nas ruas do Rio em pleno anos 70) e até das críticas (ao final do longa, eles explodem um crítico de cinema que fala mal do filme). Os bastidores das gravações, porém, parecem ter sido mais divertidos que o longa, como conta Bussunda nesta entrevista. Como foram as seis semanas de filmagens? Bussunda - No centro do Rio foi meio insuportável. Era um calor infernal. Mas quando fomos para a Floresta da Tijuca foi um alívio. Fora isso, tudo já estava preparado quando começamos a gravar, diferente da TV, que é mais no improviso. O "Casseta & Planeta" está há 12 anos no ar e rende 38 pontos de média. É uma garantia de êxito no cinema, como aconteceu com "Os Normais"? Acho que garante que não seja um fracasso. Uma semana atrás eu tinha minhas dúvidas se as pessoas iriam entender a história, se iriam reconhecer o Carlos Alberto Torres e o Jairzinho (jogadores da seleção tricampeã). Mas pelas pré-estréias, comecei a acreditar no sucesso. Este é o primeiro de uma série de filmes do Casseta? Sim. Nossa idéia é utilizarmos nossas próximas férias da Globo (dezembro a abril) para pensar no próximo longa e gravarmos nas férias seguintes. Ou seja, queremos fazer um filme a cada dois anos. Vocês gravaram o longa em janeiro. Passados quase 11 meses, vocês incluiriam alguma piada a mais no filme hoje? Talvez algo sobre o livro do Elio Gaspari que saiu há pouco tempo (A Ditadura Derrotada), que fala do apoio do general Ernesto Geisel ao extermínio de militares da esquerda. Renderia uma piada boa. A cena que você mais gostou de fazer foi a do beijo com a Maria Paula? Demorou um bocado para rolar um beijo, não? Pois é. Quem sabe daqui a 12 anos eu consigo finalmente levá-la para cama (risos). É verdade que houve um treinamento intensivo para a cena? Claro! Treinei durante dois meses com a Deborah Secco e acho até que precisava treinar mais.

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