Cannes: romeno Cristian Mungiu alerta sobre o flagelo do racismo

'RMN' conta a história de uma pequena cidade na Transilvânia, onde coabitam várias comunidades, incluindo romenos, húngaros e alemães

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Por AFP
Atualização:

Um dos diretores mais aclamados do Leste Europeu, o romeno Cristian Mungiu, volta a Cannes com um filme sobre racismo e a rapidez com que o ódio pode surgir em uma comunidade.

RMN conta a história de uma pequena cidade na Transilvânia, onde coabitam várias comunidades, incluindo romenos, húngaros e alemães.

O diretor romenoCristian Mungiu curante a coletiva de imprensa do filme 'RMN' na 75ª edição do Festival de Cinema de Cannes, na França, em 22 de maio de 2022 Foto: Julie Sebadelha/AFP

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O cotidiano desta cidade é alterado com a chegada de três cingaleses para trabalhar em uma padaria industrial. Sua presença começa a criar bolhas entre os vizinhos e o clima na cidade fica cada vez mais tenso.

"Espero que as pessoas entendam que falo delas", explica à AFP o cineasta, que disputa sua segunda Palma de Ouro, 15 anos depois de "4 meses, 3 semanas, 2 dias", sobre o aborto.

Quando os vizinhos começam a hostilizar os recém-chegados, as autoridades convocam uma reunião pública para decidir o destino desses três trabalhadores.

“Através de pequenos eventos, em pequenas cidades, tento falar sobre a natureza humana e a situação do mundo hoje, e essa sensação de que temos que as coisas não estão indo na direção certa”, explica o diretor.

Segundo ele, "24 horas são suficientes para identificar um inimigo (...) e liberar os instintos animais que estão em nós. Pessoas que são vizinhas são capazes de qualquer coisa amanhã, de estuprar, torturar ou matar", alerta.

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