Em 1939, o que deveria ser o primeiro Festival de Cannes foi interrompido por causa da eclosão da 2.ª Grande Guerra. Deveriam participar do evento filmes como O Mágico de Oz, de Victor Fleming, Aliança de Ferro, de Cecil B. de Mille, As Quatro Plumas Brancas, de Zoltan Korda, Adeus, Mr. Chips, de Sam Wood, e La Loi du Nord, de Jacques Feyder. No seu 55.º aniversário, Cannes, que recomeçou só após a guerra, resolveu atribuir a palma daquele ano que não houve. Formou um júri de notáveis europeus e eles, surpreendentemente, ignoraram um filme cult como O Mágico de Oz, preferindo atribuir essa palma a posteriori a Aliança de Ferro. O épico de De Mille, interpretado por Barbara Stanwyck, Joel McCrea e, num papel secundário, por Anthony Quinn, conta a saga da construção das ferrovias, em plena conquista do Oeste. Rubens Ewald Filho está inconsolável. O mais conhecido crítico brasileiro acha um absurdo que o júri tenha ignorado O Mágico de Oz. Na verdade, não ignorou. O júri honorário destacou Judy Garland, principalmente pela canção Over the Rainbow, como uma personalidade promissora, formulando votos calorosos de confiança pela gloriosa carreira que, a partir do filme de Fleming, se pode adivinhar que ela terá.