Candidatos ao Oscar de melhor filme ganham pontos por realismo

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Por Redação
Atualização:

LOS ANGELES (Hollywood Reporter) - Hollywood não é conhecida exatamente por seu apego à realidade, mas especialistas diversos deram nota "A" por autenticidade aos dez candidatos ao Oscar de melhor filme, cujo vencedor será conhecido no domingo.

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"AVATAR"

"É altamente improvável que as formas de vida seriam tão semelhantes às da Terra. Por outro lado, tenho certeza de que em algum momento do futuro conseguiremos usar nossas ondas cerebrais para acionar avatares, pelo menos no mundo virtual. O passo seguinte - usar as ondas cerebrais para acionar representantes reais nossos no mundo real - provavelmente está muito distante, mas não podemos afirmar que não poderá ser feito. É uma nova área de engenharia e engenharia biológica que ainda não foi explorada."

-- Piet Hut, professor de astrofísica, Instituto de Estudos Avançados da Universidade Princeton

"UM SONHO POSSÍVEL"

"Se olhamos para os índices de sucesso em termos de permanência na escola, tendências à violência, abuso de drogas e álcool, gravidez na adolescência e maus comportamentos na escola, o mentoreamento individual reduz significativamente esses comportamentos de risco. Embora o filme mostre um relacionamento de mentoreamento profundo e significativo, é um sonho hollywoodiano idealizado. A família do filme é rica, mas na vida real todos nós enfrentamos dificuldades diárias. Também notei todos os meninos que ficaram de fora. Não seria maravilhoso se tivéssemos mais mentores homens afro-americanos?"

-- Karen Mathis, executiva-chefe da ONG Big Brothers Big Sisters of America

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"DISTRITO 9"

"O modo como o povo MNU é retratado, e o tipo de inglês africânder que fala, lembram o tratamento que a polícia dava aos sul-africanos negros na época do apartheid. Os aliens falam uma língua que inclue sons de clique, o que sugere que simbolizem os povos de língua xhosa ou zulu. A metáfora dos aliens é muito eficaz para tratar a questão da raça, ao acentuar essa diferença."

-- Vivian Bickford-Smith, professora de história metropolitana comparativa, Universidade da Cidade do Cabo

"EDUCAÇÃO"

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"O que vemos no filme representa em grande medida o idealismo de uma época, um tempo em que as mulheres pensavam que podiam alcançar sua libertação sexual sem abrir mão de todas as outras coisas que nos tornam plenamente humanas. Poderiam ser valorizadas por serem inteligentes, saberem se articular e cursar a faculdade, além de encontrar sua sexualidade própria. Não quero minimizar as batalhas que foram ganhas, mas hoje nos desviamos demais em outra direção, na qual as garotas são tão valorizadas como seres sexuais que não são devidamente valorizadas por todo o resto."

-- Natasha Walter, escritora feminista britânica ("Living Dolls: The Return of Sexism", ou "Bonecas vivas - o retorno do sexismo) e comentarista de TV

"GUERRA AO TERROR"

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"Mark Boal tomou muito cuidado porque não queria comprometer desnecessariamente as técnicas que os militares americanos estão usando para desativar os artefatos explosivos. Assim, recorrendo a um pouco de licença artística, os criadores do filme fizeram uma representação muito precisa e dolorosa. Sou um operador experiente e, quando assisti ao filme, fiquei literalmente sentado na ponta da cadeira, transpirando de ansiedade, antecipando o que ia acontecer a seguir e revivendo todas minhas próprias memórias."

-- Major Chris Hunter (da reserva), ex-analista sênior de inteligência do Ministério da Defesa britânico, especializado em bombas improvisadas

"BASTARDOS INGLÓRIOS"

"Existiu de fato uma coisa chamada a Brigada Judaica, que fazia parte do Exército britânico, e seus integrantes andaram por aí eliminando nazistas após a guerra. Agora, no filme, eles são chamados de 'os Verdadeiros Bastardos Inglórios', como se andassem por aí de canivete, escalpelando pessoas. Seria possível fazer um filme magnífico sobre a Brigada Judaica, o filme poderia ser verídico, violento e empolgante, além de ser extremamente catártico para judeus."

-- Guy Walters, autor de "Hunting Evil: The Nazi War Criminals Who Escaped and the Quest to Bring Them to Justice" (Caçando o mal - os criminosos de guerra nazista que escaparam e a busca para levá-los à justiça)

"PRECIOSA - UMA HISTÓRIA DE ESPERANÇA"

"Fizeram um ótimo trabalho ao retratar os efeitos do abuso sexual sobre a vítima. A cada dois minutos uma pessoa nos EUA é vítima de agressão sexual. Uma em cada seis mulheres se tornará vítima de agressão sexual, e metade das vítimas tem menos de 18 anos. Esse é um problema extremamente presente em nossa sociedade. Nossos telefones e modos de acesso online são todos anônimos; não gravamos transcrições das sessões nem registramos endereços de IP. Mas ouvi de alguns voluntários que falaram com pessoas que fizeram referência ao filme."

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-- Katherine Hull, porta-voz da RAINN (Rede Nacional de Assistência a Vítimas de Estupro, Abuso e Incesto)

"UM HOMEM SÉRIO"

"Cresci exatamente no bairro (em St. Louis Park, Minnesota), em exatamente o momento, com exatamente as pessoas que o filme retrata. Os irmãos Coen e eu nos formamos no mesmo colégio, com alguns anos de diferença. Os Lebowski viviam na mesma rua que eu. É claro que o que eles mostram são, até certo ponto, estereótipos, mas são estereótipos baseados na realidade. A Escola Hebraica era tão maçante quanto vemos no filme. Os professores eram tão velhos quanto no filme. O ambiente era tão sufocante quanto. O rabino velho era meio misterioso e assustador, como no filme. Eles acertaram muitas coisas em cheio."

-- Steve Z. Leder, Rabino sênior, Templo Wilshire Boulevard, em Los Angeles

"UP - ALTAS AVENTURAS"

"Seria necessário um balão de 2 milhões de pés cúbicos para levantar uma casa como aquela. Existem balões de conjunto (formados por conjuntos de balões) que operam realmente com balões pequenos. Apenas algumas poucas pessoas estão fazendo isso. Quando querem descer, elas simplesmente puxam um balão pela corda e o estouram, e isso inicia a descida. Quando começam a chegar perto do chão, elas jogam montinhos de areia para fora para nivelar a descida. O jeito como fizeram no filme (jogando os objetos da casa para fora) foi bastante realista."

-- Don Kissack, presidente da Associação de Balonistas do Sul da Califórnia

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"AMOR SEM ESCALAS"

"Se você embarca em um avião - especialmente em um avião a jato, do tipo em que Ryan Bingham (George Clooney) voou - a chance de morrer é de mais ou menos uma em 10 milhões, e isso levando em conta todos os tipos de perigos, incluindo o risco de terrorismo. No filme, o personagem costumava fazer voos curtos. Mas, supondo que fossem percursos de 800 milhas, que é o percurso médio de um voo de jato nos EUA, e se a chance de morrer é de uma em 10 milhões a cada 800 milhas, o risco de morrer quando se voam 10 milhões de milhas é de um em 800. É muito seguro."

-- Arnold Barnett, professor de estatística, Massachusetts Institute of Technology, e especialista em segurança na aviação.

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