PUBLICIDADE

Canadense vence festival de cinema ambiental

Com uma tema mais que atual, a submissão mundial aos interesses econômicos privados, o documentário The Bottom Line, da canadense Carole Poliquin, venceu o 5.º Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental

Por Agencia Estado
Atualização:

A submissão do mundo aos interesses privados, tema do documentário The Bottom Line - Privatizing the World, da canadense Carole Poliquin, ganhou o grande prêmio do 5.º Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental, que terminou neste sábado em Goiás, cidade 130 km distante de Goiânia. Além do Troféu Cora Coralina, a realizadora ganhou R$ 50 mil. The Bottom Line é uma produção ambiciosa - ao transformar os grandes capitalistas do mundo em Deus, conta a história da sua dominação da humanidade em sete dias. Tal divisão permite apontar diversos problemas ambientais gravíssimos, como a disseminação do coléra e da dengue em países de clima tropical, além da questão da água, que é escassa (como no Peru) ou contaminada (em Bangladesh). O Brasil também é enfocado, mas de maneira favorável, em sua luta na quebra de patentes de remédios de combate ao vírus da aids. A realizadora não poupou seu próprio país, criticado por controlar demasiadamente seu excesso de recursos hídricos. Words on Water, do indiano Sanjay Kak, por testemunhar a força de uma população em favor da manutenção de seu ecossistema, foi escolhido como melhor longa e recebeu o Troféu Carmo Bernardes e um prêmio de R$ 35 mil. Entre os média-metragens, o eleito foi L´Acqua Che Non C´é, da italiana Alessandra Speciale, que ganhou o Troféu Jesco von Putkamer e um prêmio de R$ 25 mil. O filme trata de um vendedor de água em uma grande cidade, uma ênfase na importância da democratização dos recursos hídricos. Mini Cine Tupy, do brasileiro Sérgio Bloch, foi escolhido como melhor curta, faturando R$ 25 mil e o Troféu Acari Passos, por contar a história de um catador de papel que, amante de cinema, improvisa uma sala de exibição em sua casa. O enredo foi inspirado em uma matéria publicada pelo Estado. Os jornalistas que cobriram o festival elegeram Cockroach Coktail, da alemã Brigitte Krause, como seu preferido, pela forma original e satírica de apontar para um problema doméstico. Foram premiados ainda A Kalahari Family, da Namíbia (melhor série ambiental para televisão); Césio 137 - O Brilho da Morte e Na Linha do Horizonte, melhores produções goianas; além de menção honrosa para o japonês Alexei and the Spring, o francês Les Femmes des Bananeraies, e o brasileiro Cotidiano da Cidade. O presidente do juri, Washington Novaes, notou o futuro da água no planeta como a principal preocupação da maioria dos filmes participantes, o que destaca a importância que a discussão deve ter na pauta dos grandes líderes mundiais.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.