Cameron Diaz: tudo por uma boa piada

Em entrevista à Agência Estado, a debochada atriz de Tudo para Ficar com Ele, que estréia hoje, fala da sua disposição para o humor e de seus próximos passos no cinema. "Faço tudo para arrancar risadas", diz

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Por Agencia Estado
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Não duvide de Cameron Diaz. Principalmente quando a atriz afirma fazer qualquer coisa para arrancar gargalhadas da platéia. Não bastasse ela ter usado esperma em vez de gel em Quem Vai Ficar com Mary?, ter desafinado feio em O Casamento do Meu Melhor Amigo ou ter sido enjaulada em Quero Ser John Malkovich, Cameron está pronta para mais uma humilhação nas telas. Em Tudo para Ficar com Ele, a partir de hoje em cartaz no Brasil, sua personagem arrisca bisbilhotar por buraco na parede em banheiro público. Sem esperar que um tarado, do outro lado, colocará aquilo que não deve no orifício. "Nunca pensei ter o olho atingido por pênis de borracha em set de filmagem", conta a atriz de 29 anos, rindo. Mas, se o público se divertir tanto quanto ela, na hora de rodar a cena, Cameron garante que terá valido a pena. "Muitos poderão pensar que faço isso só para provocar, mas eu acho engraçado." Tão debochada quanto as personagens que interpreta, Cameron confessa se sentir mais à vontade na pele de mulheres irreverentes e até mesmo atrapalhadas. "Não tenho paciência para posar de estrela." Na nova comédia escrachada, com direção de Roger Kumble (de Segundas Intenções), Cameron vive Christina Walters, uma jovem disposta a aproveitar a solteirice. "Enquanto o homem certo não cruza o seu caminho, ela se distrai com os errados", explica a atriz, para quem a nova produção reserva mais situações constrangedoras. Sua personagem é flagrada usando calcinha da vovó, expõe o bumbum na janela do carro e ainda revela como a força da gravidade atuou nos seios. Se ela é mesmo uma deusa, com seus cabelos loiros, olhos azuis e medidas de top model, Cameron tenta se colocar no papel das simples mortais. Pelo menos nas telas. Leia, a seguir, os principais trechos de duas entrevistas que a atriz concedeu à Agência Estado, em Los Angeles e em Cannes. Nas duas ocasiões, Cameron levou quase todas as perguntas na brincadeira. "Não perco uma piada por nada", disse a estrela, que se recusou apenas a comentar o cachê, atualmente na casa dos US$ 20 milhões - quantia que ela embolsará ao protagonizar a seqüência de As Panteras. Agência Estado - Como estabelece os limites? Até onde está disposta a se expor para fazer o público rir? Cameron Diaz - Para alguns, talvez eu já tenha ido longe demais (risos). Mas seria preciso muito mais para me deixar encabulada. Eu sempre gostei de rir de mim mesma, mesmo antes de ser atriz. Nas comédias, procuro encontrar um equilíbrio. Faço tudo para arrancar risadas, mas, ao mesmo tempo, não quero perder o meu público. Como a linha que separa o humor da vulgaridade é nebulosa, quando vamos muito longe, temos de voltar rapidamente para não saturar a platéia. Não quero ninguém virando o rosto. Suas escolhas nas telas refletem uma vontade de desglamourizar a sua imagem. Isso é intencional? Eu não sou do tipo que calcula os movimentos. Nunca planejei a minha carreira, pensando "vou fazer essa personagem para parecer que sou assim ou assada". Aceito cada papel por razões diferentes, mas nunca a decisão é tomada com base em imagem que eu supostamente quisesse ter. Então os papéis de moleca simplesmente a perseguem? Sim. Quando eu quero fazer algo mais dramático, como no épico Gangues de Nova York, preciso brigar pelo papel. Você precisou fazer teste para entrar no elenco da tão aguardada produção de Martin Scorsese (com estréia em dezembro nos EUA)? Mas não me importei. Faria de novo e até trabalharia de graça para Martin. Você precisava ver como eu pulava de alegria quando soube que havia sido escolhida para o papel de Jenny Everdeane. Como na época eu estava rodando As Panteras, não precisei mais de cabos para me suspender nas cenas de lutas acrobáticas (risos). O que você pode adiantar sobre a seqüência de "As Panteras"? Quase nada. Só posso revelar que já iniciamos os treinos e as filmagens começam em agosto. Será difícil voltar ao trabalho, depois de um ano de descanso. Adorei ficar sem fazer nada... É difícil para uma mulher negociar seu cachê em Hollywood, considerando que os homens ainda levam vantagem? Eu procuro deixar esse assunto a cargo do meu empresário. Não me tornei atriz pensando em números. Acho de muito mau gosto a imprensa divulgar o salário dos atores. O que o público ganha sabendo disso? Como a sua relação com a imprensa mudou desde "O Máskara", seu début nas telas? Eu ainda falo com todo mundo, independentemente de o jornalista trabalhar para esse ou aquele veículo. Mas o interesse da imprensa mudou com relação a mim. Agora eles sempre querem mais de mim. Mas eu não dou (risos). O que mais incomoda? Quando vasculham sua vida pessoal? Não. Aquela pergunta boba: "Quem beija melhor, Fulano ou Ciclano?". Eu sempre respondo que é cachorro de Quem Vai Ficar com Mary?. Como se sente às vésperas dos 30 anos (que serão completados em 30 de agosto)? Normal. É verdade que, com o tempo, passamos a sentir mais a força da gravidade. Mas eu já previa isso. Sempre brinquei com os meus seios diante do espelho. Como naquela cena do provador em "Tudo para Ficar com Ele"? Sim. Costumava segurá-los para cima e dizer: "16 anos". Depois, soltava-os, dizendo: "20". O problema é que agora eles não ficam mais na posição de 16 nem mesmo quando eu os levanto. Mas talvez seja divertido acordar pela manhã e ter de procurar os seios nas costas (risos).

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