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Câmara analisa criação do Centro de Cinema de SP

Cineastas apresentaram ontem aos vereadores projeto que cria uma instituição para atuar em todas as fases da produção cinematográfica, com verba de R$ 9 milhões

Por Agencia Estado
Atualização:

A Câmara Municipal de São Paulo deve aprovar ainda este ano, por unanimidade, a emenda ao orçamento de 2002 que cria o Centro de Cinema do Município de São Paulo (Cecim), com verba inicial de R$ 9 milhões. É o que acredita o vereador Vicente Cândido (PT), que, assim como Gilberto Natalini (PSDB), prometeu apoio em bloco de sua bancada ao projeto apresentado ontem à mesa diretora da Câmara por cerca de 60 representantes da classe cinematográfica paulista. Os cineastas entregaram o projeto do Cecim ao presidente da Câmara, vereador José Eduardo Martins Cardozo (PT). Ele prometeu tentar convencer a mesa diretora a assumir a autoria do projeto, o que lhe daria um trâmite mais rápido. Cândido quer ver o Cecim funcionando em março do próximo ano, mas se os vereadores negarem a emenda orçamentária, o projeto sairá do papel somente em 2003. A comissão de orçamento da Câmara recebe hoje o projeto para avaliação. "Arrisco dizer que na Câmara teremos uma unanimidade ainda este ano em favor do projeto", disse. "Mas quem libera o dinheiro é o Executivo." Além do projeto que cria o Cecim, figuras de peso do cinema paulista entregaram também uma grande quantidade de queixas aos vereadores. André Sturm, presidente da Associação Paulista de Cineastas e dono da Pandora Filmes, disse que "hoje não há um único filme sendo feito em São Paulo" e culpou a falta de atenção do poder público pelo desamparo vivido pela classe. O cineasta Toni Venturi (Latitude Zero), um dos principais articuladores do Cecim, propôs uma rápida comparação com o Rio de Janeiro: "a Riofilme terá 14 milhões de reais em 2002, e o programa estadual de cinema vai dar mais 12 milhões". Os dados levaram o diretor Guilherme de Almeida Prado (A Dama do Cine Shangai) pedir a palavra para dizer que ultimamente tem pensado em se mudar para o Rio. O projeto apresentado ontem aos vereadores prevê que o Centro de Cinema do Município de São Paulo atue em todas as áreas da atividade cinematográfica. A verba anual de R$ 9 milhões seria empregada na produção de filmes em São Paulo e em sua distribuição dentro e fora do País, além da captação de dados estatísticos sobre a exibição dos filmes paulistas e a criação de um circuito de salas alternativas, em bibliotecas e escolas.

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