Sandra Bullock anda meio por baixo. Nas vésperas de completar 38 anos (no dia 26), já não tem muito jeito para interpretar as garotas levemente amalucadas que a tornaram famosa em um sem-número de comédias românticas. Tentando uma mudança de imagem, Sandra está fazendo filmes como este Cálculo Mortal, com um diretor respeitado, Barbet Schroeder (O Reverso da Fortuna, Barfly, O Beijo da Morte). A idéia foi fazer uma modernização do famoso caso Leopold e Loeb, que já deu ótimos filmes como Festim Diabólico, de Alfred Hitchcock, e Estranha Compulsão, de Richard Fleischer, com um esplêndido Orson Welles.Agora, a história dos dois adolescentes entediados com a vida que resolvem matar gente como entretenimento e, para provarem que são mais espertos que todos, acontece em San Benito, na Califórnia, na atualidade. Richard e Justin matam uma garota e a encarregada do caso é a policial durona Cassie (Sandra Bullock), junto com seu parceiro (Ben Chaplin). Primeiro, os policiais ficam tontos com o caso e fazem exatamente o que foi previsto pelos jovens, ou melhor, por Justin (Michael Pitt), que é o cérebro da dupla.Mas Cálculo Mortal muda o alvo das versões cinematográficas anteriores da história e, em vez de fazer suspense com o público, dá todas as informações e se concentra nos personagens, sobretudo os policiais que zanzam em busca de pistas. Sandra é a policial experiente que vê o óbvio e resiste a ele; Chaplin é o policial que segue as regras. O duelo com os bandidinhos é meio morno. Mas a nova Sandra Bullock até que tem bons momentos no filme.