Brasileiros chegam em peso ao Festival de Havana

País volta a ter chances reais de enfrentar seus dois maiores rivais, o México e a Argentina. Entre os filmes que disputam a 24ª edição do evento, estão Cidade de Deus e O Invasor, que também brigam pela indicação brasileira ao Oscar 2003

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Por Agencia Estado
Atualização:

Cidade de Deus, de Fernando Meirelles, e O Invasor, de Beto Brant, que disputam a indicação brasileira para o Oscar de melhor filme estrangeiro, vão se enfrentar no 24.º Festival do Novo Cinema Americano de Havana, em dezembro. Os dois filmes foram escalados para a mostra principal com Abril Despedaçado, de Walter Salles, Uma Vida em Segredo, de Suzana Amaral, e As Três Marias, de Aluízio Abranches. Outro título brasileiro que vem causando sensação nos festivais - Madame Satã, de Karin Ainouz - foi selecionado para a competição Opera Prima (filmes de diretores estreantes). Na mesma categoria concorre Netto Perde Sua Alma, dos gaúchos Tabajara Ruas e Beto Sousa. Chances reais - A representação brasileira, em Havana, este ano, é grande e forte. Finalmente o País chegará ao festival caribenho com chances reais de enfrentar seus dois maiores rivais: o México, que vive momento de grandes êxitos internacionais (Amores Perros, E Tua Mãe também, O Crime do Padre Amaro, Japón), e a Argentina. Ao longo dos anos 90, mexicanos e argentinos acumularam o prêmio máximo do evento (o Gran Coral Negro). Ao Brasil - vencedor do 1.º Fest Havana (1970, com Delmiro Gouveia, de Geraldo Sarno) e força hegemônica em 1984 (venceu nas principais categorias com Memórias do Cárcere, Cabra Marcado para Morrer e Jango) - faltaram força e brilho nos anos 90. Agora, o quadro promete mudanças. No campo do documentário, o País se faz representar por A Rocha Que Voa, de Eryk Rocha (sobre a estada cubana de seu pai, o cineasta Glauber Rocha), Onde a Terra Acaba, de Sérgio Machado (sobre Mário Peixoto), e Viva São João!, de Andrucha Waddington. Na mesma categoria concorrem os curtas Como se Morre no Cinema, de Luelane Correa (sobre as filmagens de Vidas Secas), e Homem Voa?, de André Ristum (sobre Santos Dumont). Gênero - Aos curadores do Festival de Havana não interessa a duração do filme na hora da premiação, mas sim, o gênero. O melhor documentário pode ser um filme de curta, média ou longa duração. O mesmo se dá na categoria aminação. O suporte pode ser o vídeo ou a película. No caso da ficção, há prêmios para longa e curta-metragem. Nesta categoria, o Brasil se faz representar por Dadá, de Eduardo Waisman, simpático documentário sobre o grupo carioca Nós do Morro, um dos celeiros do elenco de Cidade de Deus; o premiadíssimo (inclusive em Cannes) Um Sol Alaranjado, de Eduardo Valente); O Céu de Iracema, de Iziane Mascarenhas; Ofusca, de Flávio Frederico, e Parafuso. Na categoria animação os selecionados são Armadilha para Turistas, O Poeta, Em Busca da Cor, Frejat em Segredos, Gêmeos, Teca la Polilla e Terminal. A representação brasileira completa-se com mais 13 filmes, em mostras informativas. No Panorama Latino-Americano estão Tolerância, de Carlos Gerbase; O Xangô de Baker Street, de Miguel Farias Jr.; Duas Vezes com Helena, de Mauro Farias; Oriundi, de Ricardo Bravo; e os infantis Castelo Rá-Tim-Bum, de Cao Hamburger, e Tainá - Uma Aventura na Amazônia, de Tânia Lamarca e Sérgio Bloch. Na Secção Informativa serão mostrados os documentários Timor Lorosae - O Massacre Que o Mundo não Viu (este, da atriz Lucélia Santos, musa cubana por causa da novela A Escrava Isaura); Anésia, um Vôo no Tempo; O Capitão Imaginário; Juazeiro, a Nova Jerusalém; A Paixão de Cristo na Rocinha; A Vida em Cana; e Me Erra!.

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