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Brasileiro ganha retrospectiva em Locarno

Festival na Suíça abre hoje sua 56.ª edição. No programação, uma mostra dos seis curtas-metragens de Carlos Adriano

Por Agencia Estado
Atualização:

O 56.º Festival de Cinema de Locarno, que começa hoje e vai até o dia 16, apresentará uma retrospectiva completa da obra do brasileiro Carlos Adriano. Os seis filmes do diretor foram programados para a divisão In Progress, da seção Cineastas do Presente, com foco em artistas jovens. Para se ter idéia da importância dessa seção paralela do festival, nela está a dupla Huillet-Straub, responsável pelo que de melhor se faz hoje em dia em termos de cinema experimental no mundo - seu filme mais recente exibido no Brasil foi Gente da Sicília, adaptado do romance do siciliano Elio Vittorini. Adriano leva seis filmes ao festival suíço: Suspense, A Luz das Palavras, Reminiscências, A Voz e o Vazio: A Vez de Vassourinha, O Papa do Pulp: R.F. Luchetti e Militância. São curtas-metragens. O mais longo deles chega a 18 minutos e o mais curto tem apenas 10. Duração não é documento. Pelo menos em alguns desses filmes, Adriano mostra as qualidades da síntese e da densidade. São os casos de dois desses ensaios poéticos-documentais como A Voz e o Vazio: a Vez de Vassourinha e Reminiscências. Ambos têm um ponto em comum, trabalham, em graus diferentes, com a escassez do material iconográfico. A apresentação dos filmes de Carlos Adriano se dá no quadro de um festival de tradição, mas que ainda busca espaço entre os três grandes europeus - Berlim, Cannes e Veneza. Locarno tem crescido em importância nos últimos anos, embora sua diretora, Irene Bignardi, saiba que continua difícil conseguir filmes de autores consagrados antes dos congêneres de maior prestígio. No entanto, aparentemente, Locarno conseguiu títulos importantes para sua competitiva. Entre os 19 concorrentes estão filmes de 16 países, como Irã, Romênia, Rússia e Grã-Bretanha. Também concorrem ao Leopardo de Ouro, prêmio máximo do festival, diretores orientais como o japonês Masahiro Kobayashi e o sul-coreano Kim Di Duk. O cineasta britânico Ken Loach receberá um Leopardo especial pelo conjunto da obra. Merece. Talvez seja o último diretor a pautar integralmente sua carreira pelo cinema social.

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