Brasil vai a Veneza com "Rap do Pequeno Príncipe..."

Filme de Paulo Caldas e Marcelo Luna representa País na 57º edição do festival de cinema, cuja mostra competitiva terá longas de Manoel de Oliveira, Robert Altman, Stephen Frears e Gabriele Salvatores

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Por Agencia Estado
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Começa no dia 30, com a estréia mundial do novo filme dirigido e interpretado por Clint Eastwood - Space Cowboys. O título promete. O xerife Clint, autor dos mais belos westerns dos últimos anos, retoma a saga dos astronautas, comparando-os a caubóis do espaço. E termina no dia 9 de setembro, com Vengo, do espanhol Tony Gatlif. Entre esses extremos, o 57.º Festival de Veneza - ou a Mostra d´Arte Cinematografica di Venezia, como aparece oficialmente no calendário de eventos da Biennale di Venezia -, vai transformar o Lido na capital mundial do cinema. Dezenove filmes de 11 países participam da disputa pelo Leão de Ouro. Como santo de casa faz milagre, a Itália, sede do festival, oferece a maior representação - quatro filmes em competição, contra nenhum no Festival de Cannes, em maio. Os Estados Unidos concorrem com dois e a França com cinco, sendo três co-produções (com Hong Kong e a China, com a Colômbia e com Portugal, Espanha e Brasil). Justamente o Brasil - o único filme autenticamente brasileiro em Veneza, este ano, será O Rap do Pequeno Príncipe contra as Almas Sebosas, de Paulo Caldas e Marcelo Luna, que passa na mostra paralela Nuovi Territori. Mas o Brasil participa indiretamente de dois filmes da competição - Palavra e Utopia, do nonagenário Manoel de Oliveira, tem capitais brasileiros na produção, além do ator Lima Duarte à frente do elenco. Ainda mais atravessada é a presença brasileira em Before Night Falls, de Julian Schnabel, que traz no elenco Javier Bardem, Johnny Depp e... Hector Babenco. Há nomes importantes na mostra competitiva - Robert Altman, com Dr. T and the Women, que coloca Richard Gere às voltas com Helen Hunt, Farrah Fawcett, Laura Dern e Liv Tyler; Stephen Frears, com Liam; Raoul Ruiz, com Fils de Deux Mres ou Comédie de l´Innocence, com Isabelle Huppert; e Manoel de Oliveira, com seu filme que não ficou pronto para Cannes, Palavra e Utopia, sobre o Padre Antônio Vieira. Outros diretores que participam da competição - Xavier Beauvois, com Selon Matthieu, interpretado por Nathalie Baye; Marco Túlio Giordana, de Um Delito Italiano (sobre o assassinato de Pier-Paolo Pasolini), agora concorrendo com I Cento Passi; Gabriele Salvatores, de Mediterrâneo, com Denti; e Barbet Schroeder. O diretor franco-iraniano concorre com um filme que não deixa de ser antecipadamente curioso - La Vierge des Tueurs, com elenco e paisagens colombianas. Fora de concurso serão exibidos seis filmes, dos quais quatro se antecipam como obras merecedoras de toda atenção - o novo Woody Allen, Small Time Crooks, o novo Claude Chabrol, Merci pour le Chocolat (com Isabelle Huppert, de novo), o documentário Il Dolce Cinema, de Martin Scorsese, que faz o inventário dos melhores filmes italianos, e Brother, de (e com) Takeshi Kitano. Só esses quatro já justificam um festival. E o que dizer da mostra Sogni e Visioni? Vai exibir Time and Tide, do mestre de ação Tsui Hark.

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