Bjorn Borg e John McEnroe eram iguais apenas no talento para jogar tênis

O sueco era frio, não transmitia nenhum sentimento e gostava de jogar no fundo da quadra. O americano, três anos mais novo, era explosivo

PUBLICIDADE

Por Wilson Baldini Jr
Atualização:

A rivalidade entre Bjorn Borg e John McEnroe não foi importante apenas para a evolução do tênis. Ela serviu também para incrementar as transmissões dos grandes eventos da modalidade. Naquela época, os canais de TV transmitiam apenas as finais dos grandes torneios e as duas decisões de Wimbledon (1980 e 1981) em que os dois craques da raquete protagonizaram criaram um público fiel.

Borg e McEnroe só eram iguais no talento para jogar tênis. No mais, eram completamente diferentes, como “Gelo e Fogo”. O sueco era frio, não transmitia nenhum sentimento e gostava de jogar no fundo da quadra. O americano, três anos mais novo, era explosivo. Reclamava da bolinha, da grama, do vento, da raquete, do público, do juiz... Ele demonstrava seu nervosismo ao destruir com raquetadas os copos com líquidos que deixava em sua cadeira de descanso. Jogava próximo à rede. Tinha um saque espetacular e um voleio perfeito. 

Cenas de 'Borg vs McEnroe' de Janus Metz, com Sverrir Gudnason e Shia LaBeouf Foto: Supo Mungam Films

PUBLICIDADE

Os dois se enfrentaram 14 vezes oficialmente: sete vitórias para cada um. O duelo mais espetacular foi a final de Wimbledon, em 1980. McEnroe assumira o primeiro lugar no ranking um mês antes. Borg buscava a quinta taça consecutiva do lendário torneio. No quarto set, o americano salvou cinco match points para vencer no tie-break por incríveis 18 a 16, mas o sueco venceu o quinto e decisivo set. No ano seguinte, McEnroe foi o campeão, ao bater Borg.

+ 'Borg vs McEnroe' refaz crônica de gelo e fogo entre tenistas

Desmotivado, Borg parou aos 26 anos, após ganhar 56 taças. McEnroe jogou até 1992 para somar 77 títulos de simples e 78 de duplas. Tornaram-se grandes amigos e ainda fazem jogos de exibição. McEnroe não dá escândalos e Borg de vez em quando esboça um sorriso.

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.