Björk volta às telas por amor

Drawing Restraint 9, filme dirigido pelo seu marido Matthew Barney, traz quase três horas de imagens mudas

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Apesar de Björk ter jurado que não voltaria a trabalhar no cinema, após a experiência dolorosa e cansativa de Dançando no Escuro, de Lars Von Trier, ela volta novamente à grande tela como protagonista e assinando a autoria das músicas do novo filme de seu marido. Drawing Restraint 9, filme dirigido por Matthew Barney, traz quase três horas de imagens mudas que relatam o encontro e a transformação de dois apaixonados, apresentado à Mostra na seção Horizontes. A obra é ambientada a bordo de um baleeiro japonês ancorado na baía de Nagasaki, onde os protagonistas acabam se transformando em baleias, após trocas efusivas de afeto entre si. São pouquíssimas as palavras pronunciadas pelos protagonistas e muitas as imagens e músicas compostas pela cantora islandesa. Björk, num vestido vaporoso cor de pêssego e bolsa de strass, falou à imprensa ao lado do marido, mas se retirou logo devido à sua timidez frente ao assédio dos fotógrafos. "Quando nos conhecemos, tínhamos decidido não trabalhar juntos, mas vejam só depois de cinco anos! Talvez pelo fato de assistirmos e ouvirmos as mesmas coisas, tenha se estabelecido entre nós uma corrente que tornou fácil trabalhar juntos, mais do que se não o tivéssemos feito". Entre as referências cinematográficas do artista norte-americano, conhecido pelos seus trabalhos em série, como os Drawing Restraint (atualmente trabalha na décima versão, na Coréia), e os Cremaster Cycle, está inesperadamente o cinema de terror. "Os primeiros filmes pelos quais me apaixonei foram os filmes de terror norte-americanos dos anos 70 e 80. Meus primeiros vídeos e performances traziam sempre alguns elementos em comum com eles. Num lugar isolado, como uma cabana na floresta, eram colocados objetos que entravam em contato com as energias antagonistas, justamente como num filme de horror", declarou Barney. Sobre a relação entre cinema e música, Björk foi taxativa: "Não vejo diferenças entre musica, cinema, uma comédia e um funeral. Trata-se de um único fluxo de emoções. Posso dizer que sou obcecada pelas emoções e pelos sentimentos, e é através destas lentes que vejo a vida".

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.